Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Investimentos / Fundos - Como investir (e lucrar) com fundos sustentáveis 

Data: 28/04/2010

 
 
Aplicar em fundos verdes deixou de ser apenas uma forma de filantropia. Dá para ganhar dinheiro com empresas sustentáveis

Preservação do meio ambiente: garantia de retorno financeiro no longo prazo

Muita gente torce a cara quando o assunto é sustentabilidade. A percepção que se alastra rapidamente é que empresas e governos falam muito e fazem pouco nessa seara - como se viu na última reunião sobre o clima em Copenhague. Diante da paralisia dos líderes, a temperatura do globo continua a subir. O estudo "Economia da Mudança do Clima no Brasil" - fruto de uma parceria entre 11 instituições de peso, como a Embrapa, o Ipea e a USP - mostra que em 2050 o Brasil pode perder 3,6 trilhões de reais em único ano com as transformações climáticas. A indústria financeira, no entanto, começa a abrir os olhos para o problema do aquecimento global. A boa notícia é que já existem produtos capazes de combinar a bandeira socioambiental com lucros acima da média do mercado.

Primeiro fundo sustentável do mercado brasileiro, o Ethical, criado pelo ABN Amro em 2001 e hoje administrado pelo Santander, acumula um rendimento quase 20% superior ao do Ibovespa investindo somente em ações de empresas que cuidam do planeta. Com aplicação mínima de 100 reais e taxa de administração de 3%, o Ethical tem um patrimônio de 407 milhões de reais e ações de 29 companhias no portfólio.

Ainda que a sustentabilidade permeie o conceito desses fundos, é importante frisar que a busca pelo lucro continua a ser o grande norte. "A premissa do investimento é que sustentabilidade gera valor com o tempo. E as empresas que têm as melhores práticas vão performar acima do mercado", diz Pedro Villani, superintendente de gestão de fundos socioambientais da Santander Asset Management.

A teoria é endossada por especialistas. O modo como as empresas lidam com as variáveis ambientais certamente afetará sua produtividade no futuro. Especialistas dizem que aquelas que se anteciparem nas políticas de sustentabilidade terão vantagens competitivas. E os fundos de investimento sustentável são a opção acertada para quem já aposta em ganhar dinheiro com essas companhias.

Seleção verde

Parte dos fundos sustentáveis cria conselhos para avaliar como as empresas tratam itens como eficiência energética, gestão de resíduos e respeito às minorias. A ideia é avaliar não apenas lucros e rentabilidade - como qualquer outro gestor de fundo - mas também os aspectos sociais e ambientais da empresa onde o dinheiro será investido. Esses critérios fazem com que o Ethical invista inclusive em empresas que não fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, como Vale e EcoRodovias.

A maioria dos fundos sustentáveis, entretanto, utiliza o índice da bolsa como parâmetro de referência para a montagem das carteiras. Foi justamente com o intuito de demover dos mais ressabiados a ideia de que aplicar em fundos de ações sustentáveis seria filantropia que a Bolsa de Valores de São Paulo criou em 2005 um parâmetro para auferir a rentabilidade das companhias engajadas em incorporar este tipo de preocupação à gestão. O ISE tem 43 ações de 34 companhias, selecionadas dentre as emissoras das 150 ações mais líquidas do mercado. Atualmente, a Brasil Foods encabeça a lista de maior representação acionária (10,5%), seguida pelo Grupo Gerdau (9,7%) e Embraer (5,6%). Cada setor econômico tem participação limitada a 15% do índice.

"Minha expectativa é que cada vez mais as empresas comecem a ser cobradas por não estarem no indicador. Nos Estados Unidos, as seguradoras perderam milhões com o Katrina e estão repensando suas estratégias, o que prova que um evento climático muda o modelo de negócios. Não há mais dúvida de que um índice que se baseia em empresas com prática sustentável está falando de negócios", diz Sônia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&FBovespa.

Ainda assim, o desempenho do indicador não apresenta resultados superiores aos cravados pelo Índice Bovespa. Considerando balanços anuais, o ISE só foi melhor em 2006. Analistas creditam a diferença de rentabilidade à ausência de grandes empresas como Vale e Petrobras, que se valorizaram muito nos últimos anos. A estatal do petróleo chegou a entrar na lista, mas saiu em 2008 em meio a uma polêmica sobre os níveis de partículas de enxofre na produção do diesel.

Para Flavio Arruda, diretor de produtos da HSBC Global Asset Management, o potencial desses fundos independe dos resultados já observados. "As pessoas sempre pensam em maximizar o lucro no curto prazo e, nessa linha, tendem a achar que investir naquilo que deu retorno muito rápido é a melhor alternativa". Ele reitera, no entanto, que o diferencial dos fundos sustentáveis é justamente a capacidade de antever a saúde - e a própria existência - das empresas no futuro, avaliando o impacto que a ausência dessas políticas pode causar. No HSBC, o fundo de ações Sustentabilidade Empresarial adota o ISE como referência, cobra taxa de administração de 2,5% e exige investimento inicial de ao menos 1.000 reais.

Taxas solidárias

Avaliar os ganhos no curto prazo costuma não contar a favor dessa modalidade de investimento. A despeito de seguirem o ISE ou adotarem regras próprias na seleção das ações, os fundos sustentáveis do HSBC, Santander e Itaú Unibanco registraram uma rentabilidade acumulada quase idêntica nos últimos 12 meses, variando entre 62% e 63,8%.

O resultado fica abaixo do conseguido pelo ISE no mesmo período (98,5%), e representa quase a metade dos ganhos do Ibovespa (120,5%). Com taxas de administração mais caras, esta opção de investimento ainda não se tornou popular por aqui. "No Brasil, vemos uma postura mais defensiva do que proativa. É mais fácil um gestor tirar ações de uma empresa poluidora da carteira do que montar um fundo priorizando a conservação da biodiversidade", aponta François Racicot, consultor sênior de investimentos da Mercer.

Apesar das taxas salgadas, alguns desses produtos fazem sua parte para ajudar o planeta. Lançado em 2004, o Fundo Itaú de Excelência Social (FIES), doa metade da renda arrecadada com a taxa de administração de 3% ao ano para organizações não governamentais ligadas à educação. "Se o investidor tem vontade de ajudar escolas, mas não sabe como administrar essa doação, ele aproveita a estrutura que o banco tem, sem deixar de pensar no retorno do seu investimento", explica Roberto Nishikawa, diretor da Itaú Asset Management Internacional.

Mercado promissor

O universo dos fundos verdes ainda é restrito no país. Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), existem 28 fundos dentro da categoria de Sustentabilidade e Governança, sendo que a maior parte deles entra no rol por adotar o ISE como indicador de referência. Juntos, eles reúnem um patrimônio líquido de 1,6 bilhão de reais, menos de 1% do total investido em fundos de ações.

Para se ter uma ideia, o último levantamento bianual sobre a indústria de fundos socialmente responsáveis nos Estados Unidos revelou a existência de mais de 250 carteiras do tipo. Segundo o estudo realizado pela Social Investment Forum, as aplicações, conhecidas como SRI na sigla em inglês, somaram 2,7 trilhões de dólares em 2007, 11% do montante investido em fundos no país. Pesquisa mais recente da mesma entidade destacou a performance positiva da maior parte dos fundos sustentáveis no pós-crise. Dois terços dos 160 investimentos analisados bateram seu benchmark durante o ano de 2009, mostrando que, de fato, boas ações corporativas podem definir quais serão as boas ações da bolsa.



 
Referência: Portal Exame
Autor: Marcela Ayres
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :