As eleições estão aí e muitos já lançam previsões de como será o cenário
econômico se um ou outro candidato chegar ao poder. O que acontecerá, por
exemplo, com as vagas de trabalho em tempos de campanha? As eleições de fato
alteram este mercado?
Para alguns especialistas, o impacto é irrisório. O diretor da divisão de
Stanton Chase do Grupo Foco, Gilberto Campos Sobrinho, acredita que os impactos
das campanhas eleitorais não são significativos e pouco mudam o mercado de
trabalho. “O processo eleitoral em si não altera muito”, diz. Para Campos,
apenas empresas que se envolvem diretamente com o processo eleitoral registram
alterações.
Já para a consultora organizacional da Human Brasil, Taís Cardozo, o evento
cria um cenário diferenciado. “O período eleitoral chega para mobilizar nossa
atenção e centralizar o foco dos assuntos na política, por isso, mexerá com o
mercado, criando empregos temporários”, afirma.
Oportunidades
Para ela, as eleições criam oportunidades para quem quer uma renda extra ou
mesmo espera um bom momento para se recolocar. Ainda para Taís, o grande impacto
ocorrerá nas áreas em que atuam profissionais de comunicação. “As campanhas são
responsáveis por um aumento significativo do mercado de trabalho na área de
marketing eleitoral”, diz.
Dessa forma, quem atua em cursos de oratória, profissionais de rádio e TV até
compositores pode ter nas eleições uma oportunidade de se recolocar no mercado
de trabalho ou mesmo conseguir uma renda extra.
Em tempos de campanha, publicitários, marqueteiros, advogados e assessores de
imprensa devem ficar atentos: as vagas temporárias para essas áreas estão
abertas.
Aproveitando as campanhas
Para quem não está empregado, as eleições também geram oportunidades. Isso
porque, para a diretora de consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Neli
Barboza, muita gente deixa para procurar emprego depois do pleito. “É preciso
tomar cuidado com o mito de que o mercado para devido a esses eventos”, afirma.
Para Neli, o mercado de trabalho no Brasil já consegue andar sozinho e
continuará fluindo positivamente durante as campanhas eleitorais e mesmo depois
disso. Por isso, ela ressalta que é preciso continuar as buscas, com ou sem
eleições a vista.
Para profissionais que atuam em áreas mais operacionais, a diretora da
consultoria prevê uma movimentação do mercado durante as campanhas. Já para
níveis mais estratégicos, o cenário é de recuo. “Geralmente, para essas áreas, o
investimento é muito alto por parte das empresas. Então, elas esperam um pouco
mais para ver como vai ficar o cenário”, explica Neli.
Crescimento econômico
Campos, do Grupo Foco, também acredita que o bom momento econômico não
permite grandes abalos mediante grandes eventos, como as eleições. “As empresas
não vão alterar os investimentos que estão fazendo para contratar
profissionais”, afirma.
Para o superintendente de Recursos Humanos da Personal Service, Marcus
Gaspar, as contratações seguem em ritmo normal até o final do ano. E, mesmo se
houver mudanças de governo, esse ritmo dificilmente será alterado. “O efeito
eleição está passando desapercebido do ponto de vista do planejamento dos
negócios”, afirma.
Com isso, o mercado de trabalho, na avaliação de Gaspar, não sente e não
sentirá os efeitos das campanhas eleitorais. “Mesmo porque não estamos vendo uma
campanha vigorosa agora”, completa.