Para mim a adrenalina sempre foi necessária e ela só começa a agir em
situações de risco. Para as pessoas que têm como alimento de motivação a
adrenalina; procurar situações de risco em quase tudo o que faz é uma atitude
quase cotidiana. Quanto mais aguentamos o frio na barriga e o estresse, maior
poderá ser nossa conquista.
Essa sensação com certeza é mais aflorada na juventude. Conforme a vida vai
nos impondo um nível maior de responsabilidade, vamos começando a mensurar com
mais cautela os riscos. Nos negócios não é distinto! Uma grande diferença nos
negócios é até onde você pode correr riscos sozinho - comprometendo somente as
suas reservas - e até onde seu risco compromete vidas alheias, suas realidades
familiares e seus sonhos.
Aquele que gere seu próprio negócio tem de ter a dimensão de sua
responsabilidade: se está trabalhando apenas com um punhado de garotos - eles
também simplesmente na ânsia de aceitar novos desafios - ou se está à frente de
um grupo de 60 ou mais pessoas que têm suas próprias responsabilidades e são
responsáveis direta ou indiretamente pela vida de um ou mais familiares.
Por mais que se entenda a missão de um empresário com a sociedade, seja essa
missão pequena, média ou gigantesca, ela é pouco compreendida na sua amplitude.
Existe no cotidiano uma série de decisões que implica diretamente nas bases,
embora pouco ou praticamente nada desta missão seja percebida pelas pessoas que,
por diversas vezes, criticam as atitudes - quando elas são tomadas - e criticam
a acomodação - quando as atitudes tomadas não são visíveis.
A medida que uma empresa vai crescendo, as responsabilidades daquele que está
à sua frente passam a ser encaradas de maneira prática e acabam sendo inseridas
na cultura e nos procedimentos da empresa de tal forma, que até mesmo o próprio
gestor passa a fazer parte da engrenagem como algo simplesmente inerente ao
processo.
Sabemos que o líder de uma empresa precisa inventar o amanhã, tocar o barco,
mas também sabemos que a adrenalina faz parte de sua motivação e os desafios
jamais poderão deixar de ser criados: só os desafios que amedrontam podem
desafiar o suficiente para que ele continue a impulsionar sua empresa, para que
ela continue a crescer e para que ele próprio se mantenha à frente com
responsabilidade e maior dose de adrenalina.
Cabe a cada empresário ter a habilidade necessária para continuar a
peregrinação da sua missão ou correr o risco de voltar ao ponto de partida por
não ter corrido risco algum. Diante da bifurcação do sim e do não, a escolha vai
depender do maior ou menor grau de adrenalina para aceitar os desafios.