O mundo passou por grandes transformações, saímos do "fazer automaticamente" e
entramos na Era do Trabalhador do Conhecimento. A excelência das organizações de
todos os setores – governo, empresas, instituições educacionais, culturais ou
sem fins lucrativos – depende mais do que nunca de fatores como paixão pelo que
se faz e a utilização de nossos melhores talentos a serviço de objetivos
significativos.Em primeiro lugar, na Era Industrial, o mercado contratava
"mão-de-obra", hoje as pessoas devem ser tratadas como pessoas completas. A
expressão "mão-de-obra" já denuncia que lidávamos com gente do mesmo modo que
lidávamos com objetos. Ora, as pessoas não darão o seu melhor pelos objetivos da
organização enquanto continuarmos a tratá-las como "coisas". Por isso precisamos
despertar nos colaboradores a paixão pelas ações desenvolvidas no dia a dia
profissional. Muito além de um funcionário, a pessoa precisa se sentir parte do
processo criativo, da engrenagem e, acima de tudo, que faz a diferença para o
produto final.
Stephen Covey, criador do Best-seller 7 Hábitos das Pessoas Altamente
Eficazes criou a expressão "Paradigma da Pessoa Completa" e explica que no
fundo, há um único e simples problema, que engloba todas as outras razões que
justificam o alto nível de insatisfação das pessoas no trabalho: Como os líderes
muitas vezes trabalham a partir de um paradigma incompleto da natureza humana,
encontram grande dificuldade para estimular os melhores talentos, o gênio e a
criatividade de seu pessoal, sem jamais alcançar a excelência e a
sustentabilidade.
A realidade fundamental é que seres humanos não são coisas, nem necessitam de
permanente motivação e controle. São seres com quatro dimensões principais:
corpo, mente, coração e espírito. E a essas quatro dimensões podemos ligar as
quatro necessidades básicas de todo ser humano: viver (e sobreviver), amar
(desenvolver relacionamentos fortes), aprender (crescimento e desenvolvimento) e
deixar um legado (sentido e integridade). Consciente ou inconscientemente, as
pessoas decidirão o quanto de si dedicarão ao trabalho, dependendo de como são
vistas e tratadas, e das oportunidades de usarem as quatro partes de sua
natureza.
É muito comum subestimarmos a dificuldade de executar, mas sempre que uma
nova meta é estabelecida, alguém, em algum lugar, precisa fazer algo que nunca
havia feito antes — sem isso, não há execução. A execução requer uma mudança de
comportamento. E mudar um comportamento talvez seja um dos maiores desafios do
mundo. Isso explica perfeitamente por que a maioria das organizações tem uma
lacuna em seu processo de execução. Portanto, uma organização pode ter pessoas
talentosas e estratégias fabulosas e ainda assim fracassar.
Há quatro razões principais para a falha de execução: 1) As pessoas não
conhecem a meta; 2) As pessoas não sabem o que fazer para atingir a meta. 3) As
pessoas não mantém um placar. 4) As pessoas não são responsabilizadas pelas
atividades que levam à conquista da meta.
Por isso, as empresas precisam focar ações na formação de lideres, na
organização das metas e consequentemente no sucesso da execução. O que acredito
é que liderança não é controle, é liberação de talentos a serviço de metas
significativas, porque embora possamos comprar "as mãos" ou "as costas" de
alguém, não podemos comprar a excelência. A excelência é fruto de grande energia
e dedicação voluntária para a obtenção de resultados excepcionais, e isso
significa fazer mais e melhor, bem melhor do que pede uma descrição de cargo.
O líder precisa conhecer seus liderados e ajudá-los a crescer, provocar o seu
potencial. Se for hábil o suficiente para escolher as pessoas certas e conciliar
as metas arrojadas da empresa com o maior potencial e paixão dos colaboradores,
assistirá verdadeiros milagres, e o crescimento contínuo de seu pessoal,
preparando também a linha sucessória em todos os níveis.