Em todo processo seletivo, o currículo é a porta de entrada para um
candidato, "o cartão de visitas". Como primeiro contato entre a empresa e o
profissional, devemos sempre ter em mente que o currículo é, antes de mais nada,
um documento. As informações que ele traz tem caráter oficial em uma seleção,
como um "RG" profissional. Então, para garantir que a primeira impressão seja
positiva, alguns cuidados devem ser tomados durante a preparação do currículo.
A primeira preocupação do profissional deve ser com relação à veracidade das
informações. É extremamente importante incluir apenas a graduação, os cursos
extra-curriculares e experiências que tiverem sido, de fato, realizados, com
informações verídicas sobre datas e períodos de conclusão. Muitos candidatos,
por imaginarem que serão melhor recebidos na seleção, costumam incluir graduação
e curso de idiomas como se estivessem concluídos. É extremamente importante
deixar claro no documento que eles estão em andamento e qual é a previsão de
conclusão, quando for o caso.
Outro ponto importante é com relação às datas de entrada e saída nas empresas
em que o candidato trabalhou anteriormente. Em hipótese alguma, deve-se alterar
a data de saída, na tentativa de torná-la mais próxima da data de entrada no
próximo emprego. Esse erro, muitas vezes identificado na entrevista pessoal,
pode fazer com que o avaliador desconfie da veracidade das demais informações do
currículo. O ideal é que o candidato deixe claras as informações e explique, na
entrevista, o motivo do período em que ficou sem trabalhar.
Já com relação às demais informações, como cargo e atividades desenvolvidas,
a organização e clareza do currículo são fatores importantes. O ideal é começar
pelas informações pessoais de contato. Em seguida, deve vir o objetivo do
profissional, sempre muito importante no momento da compatibilidade com a vaga.
Vale a pena deixar clara a área em que se pretende atuar, com objetividade.
As experiências profissionais, um dos mais importantes pontos do currículo,
devem vir sempre acrescidas dos desafios que o profissional enfrentou e
solucionou. A empresa e o cargo são importantes, mas os principais trabalhos e
projetos realizados são muito valorizados na avaliação curricular. É
interessante descrever o que foi desenvolvido, se foi uma extensão de um
trabalho já iniciado ou se foi implementado, as áreas parceiras no projeto e,
principalmente, os resultados obtidos, para a empresa e para seu
desenvolvimento.
Em seguida, pode-se mencionar a graduação e cursos de especialização. Cursos
rápidos só devem ser mencionados se eles estiverem relacionados à área em que o
profissional se formou, ou caso ele queira redirecionar sua carreira.
Especializações são sempre bem-vindas, assim como cursos de idiomas. Caso não
estejam concluídos, isso deve ficar claro no currículo e não diminui as chances
do candidato. No caso específico dos idiomas, é importante registrar seu exato
nível na língua estrangeira. É importante lembrar que as oportunidades que
requerem idioma fluente sempre exigem validação em um teste de idiomas.
O currículo também deve estar visualmente limpo e objetivo. É importante
deixar de lado a "decoração" e informações irrelevantes. Dispense papeis
coloridos, a menos que sua área de atuação permita, e não abuse de ferramentas
de destaque ou coloridas.
Um currículo ideal deve ter no máximo duas páginas. Assim, vale priorizar as
informações mais relevantes. Todas as informações adicionais podem ser
comentadas na entrevista pessoal, caso haja oportunidade. O mesmo deve acontecer
com relação à pretensão salarial, que deve, preferencialmente, ser comentada na
conversa com o avaliador, caso o profissional seja questionado.
Em um cenário mais competitivo, um currículo verdadeiro e bem formatado pode
garantir a participação em um processo seletivo. Por isso, vale a pena investir
algum tempo na sua produção.