Com a proximidade das festas de final de ano, muitos gestores aproveitam para
tirar férias. Para aproveitar o descanso sem preocupação, os líderes escolhem um
profissional da equipe para ficar em seu lugar.
A psicóloga e consultora de Recursos Humanos do Grupo Soma Desenvolvimento
Corporativo, Juliana Saldanha, explica que existem diversos motivos que
justificam a escolha deste profissional.
“Ele pode ter sido escolhido por diversas razões, como maior tempo de casa,
ter maior conhecimento nos negócios, por agregar conhecimento, entre outros
motivos”, diz.
A headhunter da De Bernt Entschev, Ariadne Tomczak, acrescenta que esta
pessoa pode ser escolhida futuramente para ser o sucessor do chefe ou ocupar um
cargo de liderança na empresa, por isso é necessário estar atento. “Tem de tomar
muito cuidado para não perder a oportunidade”, afirma.
Vantagens
Mas, antes de se sentir privilegiado por ser o escolhido para assumir as
responsabilidades, o profissional deve estar consciente de suas habilidades e de
sua capacidade.
“Não é porque a pessoa ocupou o lugar do chefe que ela está preparada para
ser um líder. Neste caso, ele está se preparando. É um treinamento. Virar chefe
é um processo longo na carreira”, alerta Juliana.
O profissional também tem de lembrar que, para ocupar o cargo do chefe, é
fundamental saber tomar decisões de diferentes assuntos e áreas. Esta pode ser
considerada a principal vantagem de ficar no lugar do gestor.
“É importante ter esta visão mais macro, assim é possível entender
determinadas ações do chefe. Saber o motivo de ele agir daquela maneira. É
importante também ter um discurso alinhado para todos os públicos”, aconselha
Ariadne.
Cuidados
Entre os cuidados que o profissional deve ter nesta situação, está o de não
querer mudar o processo já estabelecido na empresa. Isso não quer dizer que a
pessoa não possa sugerir, mas a sugestão não pode ser nada muito radical. “Na
ansiedade de mostrar que é capaz, a pessoa pode se precipitar”, diz Juliana.
Algumas pessoas podem ainda encontrar dificuldade em lidar com a equipe, já
que alguns podem ficar com ciúme ou podem até mesmo se recusarem a obedecer as
orientações do profissional que está no lugar do chefe.
Caso isso aconteça, é aconselhável que a pessoa procure ajuda com os outros
líderes da empresa. Vale destacar que a escolha do chefe não foi baseada em
questões subjetivas e superficiais.
“Não há uma regra para isso. É importante que a gestão seja transparente e
que haja comunicação. O mais importante é lembrar que aquele cargo é
transitório”, finaliza Juliana.