A especialista Maria Paula Bartolozzi que atua a 20 anos no segmento de recursos
humanos fala sobre o assuntoMuitas razões podem fazer com que um
profissional não fique muito tempo em uma empresa: não se adapta, não alcança as
metas, consegue melhor oportunidade em outra instituição ou se refere a um
ordenamento interno. Mas, isso pode prejudicá-lo na hora de buscar outro
emprego?
A psicóloga e responsável pelos Recursos Humanos da Siegen, Maria Paula
Bartolozzi acredita que sim, passagens curtas por empresas acabam depondo contra
o profissional na busca por uma nova oportunidade. “É mais provável que a
instabilidade esteja atrelada ao fato do profissional ser pouco flexível ou não
cumpridor de regras, em vez de, a empresa ser a causadora de alta rotatividade.
O recrutador que recebe e aprecia um Curriculun Vitae ao se deparar com estas
breves passagens, cria um ponto de interrogação do porque de espaços tão curtos
em cada empresa”, afirma.
Maria Paula relata, ainda, que até os jovens profissionais em inicio de carreira
devem tomar alguns alertas em relação há diversas passagens curtas por
diferentes empresas. “Nem mesmo os estágios são bem vistos quando o jovem passa
em um menor espaço de seis meses. Desde cedo o profissional deve estar atento
que qualquer empresa é uma organização, a qual, ele deve adaptar-se e fazer o
máximo para fixar-se e ter oportunidade de desenvolvimento”, afirma à
especialista.
A pesquisa “A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros
2009”, realizada pela Catho Online remete essa tendência e aponta que 89,3% dos
executivos de grandes cargos (presidentes e diretores) têm alguma restrição a
profissionais que já passaram, em períodos curtos, por outras corporações.
Durante o processo de contratação, diversos aspectos são levados em
consideração. Sem sombra de dúvida, o histórico profissional é um dos temas de
maior relevância. Maria Bartolozzi ressalta que caso estejam lidando com um
profissional que já passou por muitas empresas em intervalos pequenos, é
importante saber as razões das saídas precoces. “Cabe ao avaliador questionar os
motivos que levaram a saída do profissional das empresas em que passou, claro
que às vezes o motivo pode ter sido totalmente de responsabilidade da estrutura
do contratante. Cabe ressaltar que é fundamental conferir as referências nas
empresas citadas no CV do candidato”.
É importante lembrar que, apesar de toda organização possuir suas
características próprias, a maioria das regras internas são comuns a qualquer
empresa. Por isso, é bom avaliar os prós e contras da empresa que está no
momento antes de pensar em mudar de emprego, para não fazer uma má escolha.