Profissionais que possuem negócios com a China, maior parceiro comercial do
Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, enfrentam uma barreira quando viajam para o continente asiático: a
dificuldade em se comunicar.
"Para alguns profissionais, aprender o mandarim, especialmente para aqueles que
lidam com o comércio e com o direito internacional, é essencial", afirma o
diretor do Instituto Confúcio da Unesp (instituto que ensina mandarim da
Universidade Estadual Paulista), Jézio Gutierre.
"Na China, em cidades centrais, é difícil encontrar alguém que saiba se
comunicar em outras línguas como o inglês, o francês e o alemão. Logo, o
profissional que viaja para esse país sem ter uma noção de mandarim pode ficar,
por exemplo, impossibilitado de se locomover, por não saber pedir e orientar um
táxi", explica.
Desafios
Entre os desafios de se aprender a língua, que é totalmente diferente do
português, Guttierre destaca o entendimento de caracteres suficientes para
manter uma conversa regular.
"Fazer o uso adequado de cada caractere é um desafio para os profissionais
brasileiros que querem aprender o mandarim. Isso porque, algumas vezes, um único
caractere equivale a uma sentença inteira ou pode ter diversos significados".
Para manter um diálogo do dia a dia, como fazer um pedido em um restaurante ou
utilizar o serviço de um táxi indicando a direção para o motorista, Gutierre
afirma que é necessário um vocabulário de 300 a 500 caracteres. Já para manter
uma conversa articulada, sem a presença de um intermediador, é preciso ter o
conhecimento de mais de 7 mil caracteres.
Segundo o diretor, o aprendizado básico da língua varia conforme o talento, a
capacidade de absorção do aluno e o método utilizado pela instituição. Apesar
disso, o nível básico de mandarim só pode ser alcançado com o mínimo de um ano e
seis meses de estudos.
Com relação aos preços dos cursos, Gutierre disse que é equivalente à média
cobrada pelas instituições que ensinam inglês e espanhol.