Trabalhar na empresa dos pais ou conseguir um emprego por meio de uma
indicação de um amigo, muitas vezes, trazem ao profissional um estigma não muito
favorável, uma vez que muitos colegas associam que a pessoa só está na empresa
por causa do vínculo de amizade ou familiar. Por isso, não levam em conta a sua
competência. O que fazer para tirar essa impressão no ambiente corporativo?
Na opinião da gerente de Recursos Humanos da V2 Consulting, Andréa Kuzuyama,
essa imagem de "indicado" ou de "filho do dono" só podem ser amenizadas com o
tempo. "O profissional, neste caso, precisa mostrar sua competência, ou seja,
bons resultados e comprometimento com a empresa, para diminuir essa resistência
da equipe".
Empresa familiar
Em muitas companhias, é normal a participação nos negócios de filhos ou parentes
próximos ao dono. Nesses casos, Andréa ressalta que o ideal é não esconder esse
vínculo dos outros funcionários. "Um filho ou um parente próximo ao chefe têm
uma cobrança bem maior dos seus colegas de trabalho. Por isso, é recomendável
que ele separe os assuntos familiares dos empresariais".
Além disso, este profissional precisa evitar qualquer comportamento inadequado,
como atrasos e faltas. Ele deve, sobretudo, focar em desenvolver o seu papel na
empresa.
"O profissional não pode ser o elo entre a equipe e o chefe - caso ele não tenha
essa função -, por isso, ele tem de ter muito claro qual é o seu papel na
empresa. Assim, se o problema acontecer no âmbito do seu cargo, ele pode
resolver, caso contrário, ele avisa para a equipe que isso não é de sua
competência".
Outro cuidado que não pode ser esquecido é a forma de tratamento entre o
profissional (parente) e o chefe. "Se todo mundo sabe que aquela pessoa é filha
ou esposa do chefe, não é preciso esconder, ou seja, o filho pode chamar o chefe
de pai. Porém, a esposa não pode chamar o cônjuge de "amor" em uma reunião de
negócios".
QI
Nos casos dos profissionais que conseguiram uma oportunidade de emprego graças
ao vínculo de amizade, a consultora também aconselha que este tenha um
comportamento exemplar. "É fundamental que essa pessoa tenha uma postura
profissional, além de um bom relacionamento com a equipe".
Andréa finaliza apontando que uma alternativa para minimizar a resistência dos
colegas de trabalho é ser criativo e proativo.