Dívidas / Endividado ? - Financiamento, consórcio, consignado: veja os problemas de ficar em débito
Emprestar dinheiro ficou mais fácil e rápido com o crédito consignado, já que
os bancos tem a garantia do recebimento por ter as parcelas descontadas na folha
de pagamento. Contudo, em tempos de crise, o que fazer se acontece um imprevisto
e esta parcela do seu salário começar a fazer falta?
De acordo com o Ibedec (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de
Consumo), o salário é impenhorável e indisponível, por força da legislação
federal e dos princípios constitucionais, o que permite ao consumidor pedir a
suspensão do desconto em folha, podendo recorrer ao Judiciário caso haja recusa
da instituição financeira.
Por outro lado, explica a entidade, o consumidor não fica livre da dívida. A
multa, os juros e o valor principal do débito continuarão sendo devidos, podendo
resultar em uma execução contra o cliente bancário e sua negativação junto aos
órgãos restritivos de crédito, o que pode causar uma série de limitações, como
não poder comprar em lojas, dificuldades para alugar um imóvel, ou mesmo ser
contratado para um novo emprego.
Financiamento de veículos
Nos últimos anos, o sonho de adquirir um veículo se tornou real para milhões de
brasileiros devido às facilidades e, sobretudo, aos longos prazos dos
financiamentos oferecidos por bancos e financeiras.
Acontece que a permissão de pagamentos em mais de 60 vezes é uma armadilha, já
que, após dois anos o total de juros pagos vai mais que dobrar o valor do
veículo e a manutenção do mesmo encarece bastante, facilitando para que o
consumidor se torne inadimplente.
Caso isso aconteça, o banco entrará com pedido de busca e apreensão do
automóvel, fazendo com que o proprietário quite a dívida, ou perca o veículo e
tudo que pagou. Dessa forma, o veículo é vendido em leilão ou diretamente e o
resultado revertido para o pagamento do débito, sendo que se a venda for
efetuada por preço inferior ao valor devido, o consumidor poderá ser acionado
pela diferença.
Evite dor de cabeça
Para evitar este tipo de dor de cabeça, o Ibedec aconselha a não contratação de
financiamentos que ultrapassem 48 meses, o não comprometimento de mais de 10% da
renda para tal conta e um maior valor de entrada, para reduzir os juros.
Além disso, diz a entidade, é importante que o consumidor faça a opção de
veículo conforme suas necessidades e, se houver a intenção de utilizar o carro
antigo como parte do pagamento do novo, não recorra às promoções do tipo "Troca
com Troco", pois o valor oferecido pela agência será sempre menor do que o de
mercado, portanto, tenha paciência e venda você mesmo o seu carro.
Consórcio
Outra alternativa muito utilizada por quem tem um pouco mais de disciplina e
deseja comprar o primeiro ou trocar de automóvel é o consórcio. Pelo sistema, um
grupo de pessoas se reúne e deste grupo todos os meses uma pessoa é contemplada
por sorteio e outra por lance.
Entretanto, em caso de inadimplência, o participante em atraso perde o direito
de participar das assembléias e dos sorteios mensais, sendo que, se a pessoa já
foi contemplada e se torna inadimplente, a administradora poderá fazer a
execução judicial da dívida, além de, se previsto em contrato, retomar o bem
objeto do consórcio como garantia do pagamento do débito.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Gladys Ferraz Magalhães
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