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Carreira / Emprego - Reavaliando o papel do estágio 

Data: 27/04/2009

 
 

Nesses tempos de ênfase ao estudo universitário, observamos, semestre após semestre, ano após ano, um fenômeno que move milhares de jovens estudantes: a busca por um estágio. Com a atenção presa por informes de empresas que se dizem interessadas em encontrar no mercado jovens de iniciativa, talentosos, que gostem de obstáculos e que disponham de uma grande vontade de evoluir, milhares de formandos e até mesmo iniciantes de cursos - os mais corajosos - partem à procura de uma "boa" empresa, onde possam encontrar oportunidades para começar a desenvolver suas aptidões e capacidades, objetivando uma bem-sucedida futura carreira profissional.

Logo de cara, dão-se conta de que o começo não é tão fácil assim. A concorrência é cruel: universidades privadas e públicas lançam regularmente ao mercado, melhor ou pior preparados, um número de concorrentes muito acima do número de vagas. Mesmo assim, esta luta é encarada e os jovens passam a enfrentar uma série de testes seletivos - entrevistas pessoais e em grupo, testes psicológicos, dinâmicas de grupo - até despontarem aqueles "mais dotados" ou que se inserem melhor no chamado "perfil empresarial".

E o que acontece depois? É muito comum vermos estagiários sendo utilizados como mão-de-obra barata - especializada, sim -, porém limitada a "desencalhar" pilhas de papel, ser um "micreiro" ou quebrar o galho em tarefas que ninguém quer fazer. Se neste momento perguntarmos a uma série de estagiários qual a natureza das tarefas que executa, fatalmente uma parcela reconhecerá as atividades acima citadas.

Ora, em uma época em que a capacidade humana torna-se necessária para o desenvolvimento da organização, a trajetória necessária é simplesmente oposta à que vem sendo utilizada. O uso de jovens talentos não pode ser massificante. Já não há mais espaço para modelos baseados no uso intensivo de mão-de-obra barata.

A solução do problema não está em se ter um programa de estágio bem delineado. Trata-se, principalmente, de enfocar a problemática do estágio como um fato que projeta luz sobre o futuro - organizacional e mundialmente falando - cada vez mais competitivo e criterioso quanto ao uso de recursos, inclusive os humanos.

Peter Drucker afirma, em uma de suas obras que o ideal sobre o qual se alicerça a sociedade pós-capitalista, fundamentalmente uma sociedade de conhecimento, é o da "pessoa educada", dado que é nela - e somente graças a ela - que o conhecimento acontece. Ou seja, o ser humano aparece como o emblema do conhecimento, trazendo em seu bojo o ideal educativo, que consiste não apenas em "habilitar pessoas profissionalmente", mas fundamentalmente em "formar pessoas".

O fato de não assumir esta realidade parte também dos próprios estagiários, que acabam por fechar o elo desse círculo vicioso: a atitude destes é, às vezes, de total apatia frente ao papel que lhes cabe dentro da organização. Quantos jovens encaram o estágio como uma forma de apenas cumprir créditos para a faculdade ou ganhar uns tostões, esquecendo-se de que é somente com um começo frutífero e encarado seriamente de ambas as partes - empresa e estagiário - que se pode dar o estopim do desenvolvimento integral do indivíduo, gerando resultados não apenas no nível profissional, mas também pessoal.

Afinal de contas, as empresas do futuro não vão poder se dar ao luxo de trabalhar com materiais apenas "bons": a qualidade dos recursos humanos não poderá ser menos que excelente. Portanto, não basta a mudança de postura apenas de um lado. A balança tem que ser equilibrada, tanto pelas empresas quanto pelos jovens.

Aos estagiários, cabe um questionamento: como usar, além dos braços e pernas, o cérebro ainda oxigenado em função de um desenvolvimento profissional e humano, de forma a acarretar em mudanças reais dentro de uma organização, fazendo com que esta caminhe com mais competência rumo ao futuro, em termos de competitividade, utilização de recursos e melhoria social.

As organizações, por sua vez, devem abandonar de vez suas práticas massificantes em relação ao estágio, pois estas destroem artérias que carregam sangue novo para dentro da empresa. O futuro necessita de material humano não apenas "educado", mas principalmente de altíssima qualidade, que possa transformar seu início profissional em uma alavanca permanente em busca de excelência pessoal e, consequentemente, organizacional. Se às universidades cabe o papel de entregar à sociedade jovens melhor preparados, às empresas cabe dar-lhes oportunidades reais de crescimento e desenvolvimento.

Portanto, somente a mudança de foco de ambos os lados - abandono da figura da mão-de-obra barata qualificada e da necessidade de cumprimento de um currículo mínimo - pode induzir ao compromisso de desenvolver os profissionais que, certamente, o futuro exigirá, garantindo a construção da arquitetura estratégica do próprio país frente às necessidades do terceiro milênio.



 
Referência: RH.com.br
Autor: Patrícia Bispo
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