Quando paira a ameaça do "facão", há quem se esforce para mostrar serviço,
quem invista na lábia para convencer o chefe de que é indispensável e quem
comece a arrumar as gavetas para deixar a empresa.
Nenhuma dessas, no entanto, é a atitude mais indicada nesses momentos, opinam os
consultores. "É bobagem tentar se tornar produtivo na última hora. O
profissional cai no ridículo", avalia João Mendes de Almeida, consultor da DBM.
Segundo ele, mesmo os profissionais mais competentes precisam manter a
tranquilidade para não deixar que o estresse emocional da situação se junte ao
excesso de trabalho e afete sua qualidade de vida.
"A continuidade da carreira depende mais do conhecimento acumulado e dos
projetos do que do ritmo de trabalho."
Se a empresa vai passar por uma fusão, a tática pode ser a de tornar mais
visíveis suas competências e se mostrar flexível e aberto para as mudanças que
virão, segundo Ricardo de Almeida Prado Xavier, 57, presidente da Manager.
Outra opção para não se tornar alvo fácil nas reestruturações é conciliar a
especialização com a atividade-fim da empresa. "Assim, eles podem correr menos
riscos de serem eliminados e substituídos em uma terceirização", afirma o
consultor Gilberto Guimarães, da BPI.