Mensalmente você desembolsa uma determinada quantia referente ao pagamento da
parcela de sua apólice de seguros. Em algum momento já se perguntou como as
seguradoras chegam ao cálculo desse valor? Saiba que a principal variável que
elas levam em conta para determinar o quanto você terá de pagar é a
probabilidade de ocorrer um incidente, ou seja, o risco.
O economista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e especialista em
seguros, Alexis Cavichini, explica melhor. "Se eu moro no Rio de Janeiro,
provavelmente pagarei um valor na apólice de seguro para meu carro maior do que
se vivesse em São Paulo. No Rio, a probabilidade de que meu carro seja roubado é
maior, e isso aumenta o preço do seguro".
"Caso eu seja habitante de alguma cidade no interior de São Paulo, por exemplo,
devo pagar menos ainda, pois a possibilidade de roubo é baixíssima". Cavichini
explica que as probabilidades são calculadas com base em estatísticas, levando
em consideração o histórico de incidentes ocorridos em determinado espaço de
tempo na região onde vive o segurado.
Perfil também influencia
Além disso, considerando os seguros para carros, por exemplo, a idade e o sexo
do titular da apólice também influenciam no valor do prêmio, já que impactam na
probabilidade de acidentes. A tendência é que, quanto menor a idade, menor a
prudência ao dirigir. Logo, para motoristas mais velhos, o seguro é mais barato.
As mulheres também levam vantagem, pois são consideradas mais cuidadosas que os
homens ao conduzirem um carro e, por isso, apólices de seguros para elas
costumam ser mais baratas do que para eles. Tanto a idade quanto o sexo são
consideradas como impactantes nos preços pelos mesmos critérios de observação do
histórico de incidentes ocorridos.
Outras variáveis
Existem ainda outros componentes dos preços dos seguros. "O risco é o mais
importante, mas as seguradoras embutem nos preços suas despesas administrativas,
custos fixos e, é claro, sua margem de lucro.
Os prêmios pagos às seguradoras são destinados à formação de reservas. "As
seguradoras são obrigadas a investir em reservas técnicas. Elas podem, por
exemplo, investir o valor arrecadado em títulos públicos", explica Cavichini.
E a partir do total arrecadado, proveniente do pagamento dos prêmios pelos
segurados, mais os rendimentos das aplicações de seus fundos de reservas, as
seguradoras obtém os recursos de que necessitam para indenizar seus clientes em
caso de acidentes, pagar por seus custos fixos e retirarem sua margem de lucro.