Uma angústia constante, uma sede insaciável de liberdade para tomar as
próprias decisões e mudar o rumo das coisas. Não é só o dinheiro que move os
executivos de primeira linha. Eles são desbravadores e desafiam sua própria
vontade de desafios.
O diretor da BPI no Brasil, Gilberto Guimarães, já esteve lá. "Eu virei CEO
(sigla em inglês para diretor executivo) de uma grande empresa. Meu objetivo
sempre foi ser o primeiro homem e ter liberdade para tomar minhas próprias
decisões. Mas tinha o presidente do Conselho Administrativo que restringia essa
liberdade. Então quis ser presidente do Conselho. Porém, ele próprio disse para
eu não tentar, porque os acionistas viviam dando ordens. Então virei acionista",
relembra.
Eles querem sempre mais
Não é difícil entender por que brilhantes executivos, depois de certo tempo,
tentam a carreira solo, abrindo a própria empresa, ou optam pela política.
Exemplo disso é o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
do governo Lula, Luiz Fernando Furlan, que, esta semana, voltou para a Sadia,
como presidente do Conselho de Administração.
Outro exemplo é o atual ministro do Desenvolvimento, o jornalista Miguel Jorge,
que foi vice-presidente-executivo de Recursos Humanos e Assuntos Jurídicos e
Corporativos do Santander Banespa.
"Grandes executivos não querem só desafios, mas a liberdade para enfrentar os
desafios. Lembra a luta pela conquista de um território, que faz com que o
profissional queira, cada vez mais, cargos superiores", revela Guimarães.
Por que essa tal liberdade é um bem tão valioso para o ser humano? Porque ela dá
a margem para que as pessoas façam suas próprias escolhas, inclusive as erradas.
"A liberdade de poder fazer suas próprias escolhas é o grande fator motor da
vida das pessoas e deve ser o objetivo maior de todo profissional", finaliza.