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Finanças pessoais - Brasileiro analisa se parcela cabe no bolso e não se juros estão maiores 

Data: 12/09/2008

 
 

Juros mais altos, que encarecem os financiamentos, não devem mexer com o comportamento do consumidor brasileiro de baixa renda de comprar a prazo.

"Ele não deixa de comprar a prazo por causa do aumento de juros, porque ele pensa no valor da parcela", explicou a psicóloga e pesquisadora Olga Tessari. De acordo com ela, o que os consumidores das classes sociais mais baixas querem saber é se "a prestação cabe no bolso".

A pesquisadora afirmou que o rendimento destas classes sociais têm melhorado nos últimos anos, mas não o suficiente para que elas comprem à vista bens de maior valor agregado.

Comportamento disseminado
Mas, de acordo com a pesquisadora, não são apenas os consumidores de baixa renda que agem dessa maneira. "As camadas da sociedade mais esclarecidas sabem do aumento de juros, mas o raciocínio é o mesmo", afirmou Olga, se referindo ao fato de o consumidor analisar se a prestação cabe no bolso.

Um dos motivos que impulsa as compras a prazo, de acordo com ela, é o fato de o comércio não dar tantas vantagens na compra à vista. "Se a pessoa consegue um desconto, é pequeno, então força a pessoa a comprar a prazo. Dificilmente o desconto chega a 10%", explicou.

O aumento da taxa básica de juros para 13%, promovido pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na semana passada, pode fazer os juros nas operações de crédito ao consumidor passarem dos 7,33% para 7,39% ao mês, o que não deve diminuir o consumo, de acordo com a pesquisadora.

Filosofia do imediatismo
Ainda segundo Olga, a filosofia brasileira do imediatismo acaba por fazer que o consumidor se renda às vendas a prazo. "A pessoa pensa no agora, na satisfação do desejo e se não tiver dinheiro para comprar à vista, vai comprar a prazo".

O brasileiro pensa que é melhor comprar a prazo e pagar três vezes o valor do produto, do que não ter o bem, finaliza a pesquisadora.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Flávia Furlan Nunes
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