Ações / Bolsa de Valores - "Com menos de R$ 1 por dia, dá para investir em ações", afirma Inês Bozzini
Muitas mulheres ainda não investem em ação por acreditar que não possuem
dinheiro suficiente para começar. A afirmação é da coordenadora do Mulheres em
Ação, Inês Bozzini, programa da Bovespa que visa aproximar o público feminino do
mercado de ações, fornecendo educação financeira e esclarecimentos sobre o tema.
"Uma das maiores preocupações das mulheres antes de começarem a investir é o
valor que terá que ser disponibilizado. Para se ter idéia, ainda tem muita gente
não investindo por achar que não tem um montante suficiente para investir", diz
ela.
No entanto, o medo é totalmente infundado. Inês garante que qualquer um pode ser
acionista de uma empresa, e conta uma história do ex-presidente da Bovespa,
Raymundo Magliano, como exemplo. "Certa vez ele quis mostrar que comprar ações
na Bolsa não é uma tarefa difícil. Então, em uma visita à empresa Brasilata,
eles idealizaram um clube de investimento, que permite aplicações regulares de
pequenas quantias. No clube, do qual participam metalúrgicos da Força Sindical,
cada um aplica R$ 29,00 mensais, o que é menos de R$ 1,00 por dia", explica.
"Por isso é tão importante programas como o Mulheres em Ação e o Bovespa vai até
você, porque ajuda a esclarecer muitas dúvidas de futuros investidores e mostra
que qualquer um pode planejar e agir para garantir um futuro financeiramente
tranquilo".
Perfil das Investidoras
A coordenadora conta que as mulheres, apesar de terem o estigma de gastadeiras,
são muito conscientes da necessidade de poupar para o futuro. "Elas são tidas
como gastadeiras porque normalmente o filho, quando quer algo, acaba pedindo
para a mãe e é ela que saca o dinheiro para dar para ele. Mas se você perguntar
para qualquer mulher, seja ela de alta ou baixa renda, qual o maior sonho dela,
a maioria vai responder: ver meu filho na faculdade, o que comprova que elas
pensam, sim, no dinheiro que precisarão para o futuro".
Inês afirma, ainda, que elas escolhem as empresas das quais serão acionistas
diferentemente dos homens. "Grande parte das mulheres procuram empresas
ecologicamente responsáveis, que invistam em sustentabilidade. Tem um clube de
investimento em que as participantes não investem se a empresa não tiver esse
perfil".
Outra preocupação feminina, segundo Inês, é que as mulheres ficam mais
interessadas em investir quando descobrem que essa ação ajudará no crescimento
do País. "Quando elas descobrem que, se tornando acionistas de uma empresa, elas
ajudam essa companhia a crescer, a gerar mais empregos e, conseqüentemente,
existirão menos brasileiros desempregados, menos pessoas passando fome ou sem
acesso à educação, elas se entusiasmam ainda mais. Lógico que estão preocupadas
com o próprio bolso, mas descobrir que ajudam pessoas por meio do investimento é
um incentivo a mais".
Mulheres em ação
Ainda de acordo com a coordenadora, o programa Mulheres em Ação tem surtido
resultado no objetivo de levar mais mulheres à Bolsa. "Em 2002, apenas 15 mil
mulheres investiam, hoje já são 115 mil. Atualmente elas representam 24% do
total de pessoas físicas investindo em ações".
Para quem quer começar, mas ainda está receoso, Inês faz três recomendações:
"Organize o seu o orçamento para conseguir fazer sobrar um pouquinho
para investir. Como eu já disse, não precisa ser muito e quando a gente
estabelece uma meta, conseguimos cumprir. Portanto, a primeira coisa é ter o
objetivo de adequar o orçamento mensal de forma que você consiga ter um pouco
para investir";
"A segunda recomendação é buscar informações. Sites, revistas e jornais são
ótimas opções. A Bovespa também tem o programa Educar, com palestras gratuitas
para jovens, adultos, famílias, jovens casais e idosos, essa é outra boa opção";
"Por fim, procure uma corretora. Esses profissionais estão preparados para
ajudar você a começar, explicando passo-a-passo sobre como proceder, e estão
aptos a tirarem qualquer dúvida que você tiver!".
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