Carreira / Emprego - Ansiedade: desvende as causas, os tipos de transtorno e as soluções
O psiquiatra do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas, Tito Paes de Barros Neto, afirma que 25% da população
sofre de algum transtorno de ansiedade.
Existem vários tipos: transtorno do pânico, transtorno generalizado, transtorno
obsessivo, transtorno compulsivo, fobias específicas e transtorno de estresse
pós-traumático são alguns deles. Os dois primeiros são os mais comuns.
Sintomas
Na ansiedade generalizada, os sintomas são tontura, tensão muscular, dor de
cabeça e medos. Por exemplo: receio de ser demitido, medo das reuniões ou de não
atingir o resultado esperado pelo chefe. O pior desse tipo de ansiedade é que
está associado à depressão e ao abuso de substâncias, como drogas, álcool e
cigarro.
Já o transtorno do pânico é caracterizado pelos ataques de ansiedade. "De
repente, a pessoa passa mal, sente falta de ar, taquicardia, problemas no
coração e formigamento nas mãos e nos braços. Às vezes, sente que vai morrer. O
mais comum nesses casos é ir para o pronto socorro e, após realizar uma série de
exames, nenhum problema físico é constatado", explica o médico.
Pesquisas indicam que esse tipo de ansiedade atinge mais mulheres entre 20 e 30
anos, que sofrem com um estresse ambiental (em casa e/ou no trabalho), tendo uma
predisposição genética, isto é, histórico de depressão e ansiedade na família.
"Se não for o tipo de transtorno mais comum, é o que mais causa procura de
tratamento médico", avisa Barros sobre o pânico.
Causas
"Os sinais de que a pessoa tem predisposição para desenvolver algum
transtorno de ansiedade são: insegurança, medo e pessimismo (ela sente que está
mais propensa do que os outros de passar por acontecimentos ruins)", diz o
especialista.
O trabalho estressante pode, sim, ocasionar a ansiedade generalizada, mas, no
caso do pânico, ele serve apenas de gatilho. Por trás desse tipo de ansiedade,
pode haver muito mais. "Geralmente, acontece quando a pessoa passa também por
mudanças, como o nascimento de um filho, um divórcio, uma promoção no emprego ou
uma ameaça de demissão."
Já o transtorno de estresse pós-traumático acomete as pessoas que vivenciaram
alguma situação traumática e não conseguem esquecer. Por exemplo, policiais que
presenciaram a morte de um colega. E as fobias específicas dizem respeito a
medos específicos, como o próprio nome diz, como medo de se relacionar com os
outros ou de falar em público.
Como a ansiedade atrapalha a profissão
De acordo com o psiquiatra, o profissional que sofre de ansiedade fica com
medo de trabalhar, costuma passar mal, não consegue dar conta do trabalho e, no
final, se demite ou pede licença. O ideal é que ele procure ajuda médica. Se
tirar um período de férias entre quatro e seis semanas, pode fazer um
tratamento.
"O tratamento medicamentoso, associado à psicoterapia, ajuda bastante", garante
Barros. "Ao contrário da crença geral, simplesmente tirar férias não adianta. Os
transtornos de ansiedade normalmente são problemas crônicos, que acompanham a
pessoa ao longo da vida, exceto nos casos de fobias específicas e transtorno de
estresse pós-traumático".
Quem sofre de transtorno do pânico, por sua vez, deve desenvolver a capacidade
de ficar sozinho, o que costuma ser difícil, já que é normal ter medo de passar
mal em meio a estranhos. Se a pessoa não encarar o medo, entretanto, pode
desenvolver agorafobia, que é a necessidade de estar sempre acompanhada para ir
a todos os lugares.
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