A chegada de um bebê transforma a vida de
qualquer família: a partir do momento em que se descobre a gravidez, são menos
de nove meses para conciliar uma infinidade de emoções com muitas
novas despesas. Embora o período da gestação pareça suficiente para tantas
providências, cuidar dos preparativos sem planejamento pode resultar em correria
e desconforto nos últimos meses de espera.
O G1 preparou um passo-a-passo para ajudar a planejar as
despesas e tarefas evitar que a criança chegue ao mundo em um lar endividado. O
primeiro passo é organizar uma lista de afazeres. O que precisa ser feito
durante o período da gestação para deixar tudo pronto para a chegada do bebê?
Clique na figura para ver a lista preparada pelo G1.
Abaixo, confira as dicas de especialistas:
Planeje
suas comprasPoucos eventos são mais
marcados pela emoção do que o nascimento de uma criança; principalmente quando a
mãe experimenta a gravidez pela primeira vez. Apesar disso, é importante não
deixar que a felicidade dos pais estreantes seja a principal orientação na hora
de fazer as compras para o bebê.
“Muitas vezes os pais se deixam levar pela alegria do momento e compram bem mais
do que o necessário”, diz o professor Marcos Crivelaro, professor da Faculdade
de Informática e Administração Paulista (Fiap).
Coloque tudo no papel
Ver a lista de todas as tarefas que envolvem a
espera vai ajudar você a se planejar e evitar a ilusão de que tudo poderá ser
resolvido na última hora.
“O ideal é que não sobre trabalho pesado para
os últimos meses, como andar pesquisando preços. Nessa fase a mulher já pode
estar com a barriga maior, mais inchada, e fica menos confortável”, diz o
consultor financeiro Alexandre Lignos, da IGF Consultoria.
O conselho vale também para todo tipo de esforço físico: mudanças de móveis e
pintura no quarto não devem ser deixadas para os momentos finais. Reserve os 8º
e 9º meses para relaxar e curtir a gravidez.
Compre primeiro itens “neutros”
Comprar todas as roupas sem saber o tamanho, o
sexo, ou o clima em que viverá o bebê que você está presenteando pode ser
arriscado. A figurinista Fernanda Possani, 32 anos, não teve chance de usar as
roupas para recém-nascidos (RN) que comprou para o filho Nicolas, hoje com
quatro meses de idade: ele já nasceu vestindo tamanho P.
“Recém-nascidos ganham peso rapidamente e
perdem muitas roupinhas. Evite comprar os tamanhos RN, compre mais P e N”, diz
Lignos. Menos arriscado para comprar nos primeiros seis meses de
gravidez são itens neutros, como móveis e roupinhas básicas.
Em vez de comprar, reserve dinheiro
Na avaliação do consultor financeiro,
sacrificar outros gastos e juntar 15% da renda mensal até o sexto mês da
gestação é mais vantajoso do que fazer apenas pequenas compras. Para isso, é
preciso colocar todos os gastos no papel.
Lignos fez uma simulação de como organizar o orçamento para uma
família com renda de R$ 2.500. O primeiro passo é saber para onde vai o
dinheiro:
Renda: R$ 2.500
Gastos fixos: R$ 1.500 (60%)
Diversão/roupas: R$ 375 (15%)
Emergências: R$ 250 (10%)
Despesas variadas: R$ 375 (15%)
“Para não estourar o orçamento com a chegada do bebê, os pais precisam cortar os
gastos em algum lugar. Nesse exemplo da simulação, a alternativa é cortar os
gastos com diversão e roupas”, explica Lignos. Se juntar R$ 375 por mês, o casal
terá R$ 2.250 em seis meses; com dinheiro para comprar à vista, é possível
conseguir desconto em muitos dos itens mais caros, como berço, carrinho, etc “,
diz.
E como fugir da imensa vontade de começar a comprar roupinhas que os pais sentem
ao receber a notícia da gravidez? Não a elimine, apenas controle. “Em vez de
comprar três roupinhas, compre uma e guarde o dinheiro de duas para mais tarde”.
Conte com o chá-de-bebê
Deixe para fazer a maior parte das compras para
a criança depois que você fizer o chá-de-bebê, evento em que a grávida reúne
amigos e parentes que contribuem com um presentinho previamente solicitado.
Assim, você tira da lista de compras os itens que já ganhou de presente e tem
tempo para se concentrar no que ainda está faltando.
A reunião deve acontecer no máximo por volta do sexto mês, para não deixar tudo
para a última hora.
Para planejar o evento, pense nas opções: você pode pedir fraldas ou itens mais
baratos do enxoval, como pagãos, macacões e camisetas. Só tenha cuidado com os
preparativos da reunião; se ela sair muito cara, perde-se o objetivo de
economizar. “Na gravidez da Fátima, minha primeira filha, o que eu gastei de
alimentação na festa foi o mesmo que eu gastaria na compra dos presentes que eu
ganhei”, diz Fernanda.
Já a paranaense Marília Bittencourt Mercer, 25 anos e grávida de quatro meses,
diz que vai comprar as roupas e os móveis para o bebê só depois do evento, no
fim do ano. “Vou fazer o chá-de-bebê até no máximo no sexto mês. Depois compro o
que não ganhar”, diz.
Priorize gastos com saúde
Garantir atendimento médico deve ser prioridade
para a gestante – segundo o consultor financeiro Alexandre Lignos,
os custos com parto podem chegar a R$ 8 mil. Depois que a mulher já está grávida
não dá tempo para contratar um plano de saúde: a maioria tem pelo menos dez
meses de carência para parto.
Se os pais já têm a cobertura de um plano, alguns itens devem ser verificados:
quanto você paga hoje por ele e qual seria a mudança neste valor com o
nascimento do bebê? O convênio aceita a inclusão de dependentes ou os planos são
individuais? Confira os prazos de carência para exames e consultas e verifique
se a criança estará inclusa nestes prazos ou se estará sujeita a novas regras.
Se o casal não tiver convênio, segundo Lignos, há também a opção de contratar um
plano-maternidade diretamente com o hospital. “Esses contratos permitem o
pagamento em várias parcelas sem juros, garantindo assim a hospitalização da mãe
e do bebê”. Mas atenção: eles raramente cobrem os honorários médicos.