Imóveis - Vai financiar um imóvel? Procure se informar antes de comprometer seu orçamento
Quando se pensa em comprar um imóvel, muitas dúvidas recaem sobre aqueles que
precisam recorrer ao financiamento imobiliário. Quais as possibilidades de sair
perdendo em vez de ficar feliz da vida por ter finalmente conseguido comprar a
casa própria?
Esse medo não é nada incomum, mas é importante se informar antes de ir até o
banco ou a construtora para pedir o crédito. Veja algumas orientações, para
evitar problemas e saber como tomar a decisão da melhor maneira.
Cobrança de juros
Conforme a Tibério Construções e Incorporações, os juros cobrados pelo
financiamento são a menor preocupação do consumidor. Para se ter uma idéia,
enquanto o empréstimo para a compra de um carro pode custar até 26,4% ao ano
somente de taxa, o crédito imobiliário estipula um teto de 12% ao ano, mais a
variação da Taxa Referencial do período.
"As propostas do governo para facilitar a compra de imóveis criaram nos agentes
financeiros a concorrência de juros, o que fez muitos deles lançarem linhas de
financiamento imobiliário com taxas menores", afirmou a empresa.
Direto com a construtora
Existem algumas construtoras que financiam a venda direto para o cliente. No
entanto, é necessário avaliar os prós e os contras dessa possibilidade e da
convencional - direto com bancos - antes de fazer a opção.
Conseguir o crédito direto com a incorporadora tem como vantagem a rapidez, uma
vez que as empresas costumam ser mais flexíveis em relação à comprovação de
renda e exigência de documentos. Por outro lado, o valor da parcela tende a ser
maior, com prazo médio para pagamento de cinco anos, e o montante emprestado,
menor (cerca de 40% do valor do imóvel).
Instituições bancárias, por sua vez, dão até 20 anos de prazo para pagamento - o
que resulta em uma mensalidade menor. Além disso, chegam a financiar até 100% do
imóvel, dependendo das características do empreendimento e do próprio comprador.
Como é reajustado o valor da parcela?
De acordo com a Tibério Construções, agentes financeiros costumam oferecer
direto em seus sites simuladores que possibilitam planejar as parcelas até a
ultima prestação, independentemente do sistema de amortização dos juros ser o
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou o Sistema de Prestações Decrescentes (Price).
Dessa forma, a única variação da prestação será a da correção pela TR, que ficou
em 2,85% no ano passado. A empresa apontou que uma prestação no valor de R$ 500,
por conta da incidência da TR, teve aumento anual de R$ 14,25. "A correção não
tem mais poder para separar salário e prestação, gerando saldos devedores
impagáveis", adicionou por meio de nota.
É importante lembrar que, a partir desse ano, passou a valer um novo cálculo
para TR, o que causou uma certa comoção entre representantes de poupadores e
trabalhadores. Além de reajustar a cobrança das parcelas de crédito imobiliário,
a taxa responde pela variação da rentabilidade da poupança e do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço.
Com essa modificação, a variação da TR ficou menor, o que, por conseqüência,
trouxe efeitos negativos para quem espera o ganho financeiro das aplicações
descritas acima. Por outro lado, a correção anual do valor das prestações tende
a cair também.
Prestações fixas
Mesmo com essa certa "tranqüilidade" na variação da TR, existem ainda aquelas
pessoas mais conservadoras, que têm um certo receito de contratar um
financiamento, com o preço das parcelas podendo mudar ao longo do ano.
Uma saída para esses casos é optar por um empréstimo com parcelas fixas - com a
contrapartida de que haverá embutida no valor das prestações uma previsão de
correção monetária. Muitas vezes, também é acrescida uma margem de segurança, em
função do risco que o banco está assumindo ao fixar a taxa por tantos anos.
O que é resíduo inflacionário?
O resíduo inflacionário, como o próprio nome diz, remonta a um período de
inflação desenfreada e admitia que se estabelecessem em cláusulas contratuais
formas de reposição das perdas pela desvalorização da moeda, gerando saldos
devedores para o final do período de financiamento.
Mas o consumidor não precisa se preocupar: com a inflação controlada, esse tipo
de "conta-extra" não existe mais.
Valorização do imóvel
Por fim, vale lembrar que, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra,
Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo
(Secovi), algumas regiões de São Paulo tendem a valorizar até 25% em anos e até
triplicar em duas décadas.
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