Negócios / Empreendedorismo - Vai vender pela internet? Saiba como se proteger
Comprar pela internet é algo que faz parte da rotina de muitos brasileiros. Para
se ter uma idéia da amplitude que a modalidade alcançou, levantamento divulgado
na última quinta-feira (08) pelo Banco Itaú mostrou que as compras de bens de
consumo realizadas no comércio online somaram R$ 4,4 bilhões em 2006.
Esse total representou crescimento 76% na comparação com o ano anterior. De
maneira geral, em todo o ano passado cerca de 7 milhões de brasileiros
utilizaram o meio pelo menos uma vez.
Internautas x internautas
No entanto, não são apenas sites especializados que encontram na rede mundial de
computadores um espaço para comercializar. Internautas que querem ganhar um
dinheirinho extra aproveitam o espaço para oferecer a outros internautas o que
não querem mais.
Contudo, fica a dúvida: como se proteger ao fazer um acordo com uma pessoa que
você não conhece (e provavelmente com quem você não se encontrará na hora da
entrega), sem ter os mecanismos de proteção das grandes varejistas e-commerce?
Documente sempre
De uma maneira geral, a palavra de ordem é documentar. De acordo com Patrícia
Peck, especialista em direito digital, assim como o consumidor tem seus direitos
na hora de comprar, o vendedor também o tem na situação inversa.
"Uma relação de compra é feita na base da confiança: o consumidor espera receber
direito, dentro do prazo e sem defeito. O fornecedor quer o recebimento do
valor", simplificou. Contudo, Patrícia foi direta ao afirmar que esse último
quesito "às vezes não acontece".
Quem fez a solicitação pode, por muitas vezes, dizer que a negociação foi um
engano e que outra pessoa fez a compra em seu nome. Exatamente por isso que os
e-mails trocados durante as conversas devem ser guardados.
"É uma prova da intenção de compra. E hoje temos a tecnologia de
testemunhas-máquina, que são HDs de computador e servidores que rastreiam os
endereços de e-mail", afirmou. Esse dispositivo confirma (ou não) que a pessoa
que recebeu a mercadoria foi mesmo aquela que fez o pedido.
Na hora de enviar
Ambos decidiram o preço e o prazo de entrega. Agora, o vendedor precisa enviar a
mercadoria para quem a comprou. No entanto, qual a garantia de que o dinheiro
será recebido?
"Um tem medo de mandar e não receber. O outro tem o medo de pagar e não ver o
produto chegar", disse Patrícia. Nessas horas, uma possibilidade é, se as duas
pessoas morarem perto, marcar um encontro para fechar o negócio.
Porém, no caso de morarem em localidades distantes e de a entrega ser realizada
pelo correio, o vendedor pode pedir um sinal do valor total. "Mas outra coisa
que a pessoa pode fazer é pedir o telefone de quem está comprando para averiguar
se o endereço e o número batem. Além disso, verificar se o nome do interessado
está em listas de serviço de proteção ao crédito", finalizou.
Sites de leilões
Existem alguns sites de leilões que fazem o intermédio do processo de compra e
venda pela internet. Segundo o Mercado.Livre.com, em seus comunicados de
orientação aos internautas, as pessoas devem seguir alguns passos antes de
ofertar suas mercadorias pessoais na internet.
Além disso, diferentes endereços eletrônicos oferecem seus próprios dispositivos
de segurança. De maneira geral, seguem algumas orientações do site:
- Na medida do possível ofereça mais de uma forma de envio e mais de uma
forma de pagamento;
- Informe claramente as condições de compra, pagamento e envio em seus
anúncios;
- Contate seu comprador somente após receber o e-mail com seus dados.
Utilize todos os meios que estão a seu alcance para comunicar-se com ele. Se
ele não responder aos seus e-mails, não tenha dúvidas em utilizar o
telefone.
Por fim, o MercadoLivre.com informa que todas as ofertas são "firmes", e
geram um compromisso de sua parte segundo os Termos e Condições do site.
"Algumas pessoas acabam comprando por impulso e desistem depois de fechar o
acordo achando que a Justiça não chega aos meios eletrônicos. Mas isso não é
verdade", finalizou Patrícia.
|