Consumidor - Compras pela internet: consumidor corre riscos ao adquirir medicamentos
Os preços mais baixos e a facilidade de comprar e receber o produto sem sair
de casa fazem com que as pessoas comecem a adquirir medicamentos pela internet.
No entanto, o consumidor deve tomar cuidado, pois na rede mundial não contará
com as vantagens, em caso de problemas e fraudes, que teria se comprasse em
lojas físicas.
A opinião é do gerente-geral de Inspeção e Controle de Insumos, Medicamentos e
Produtos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Roberto Barbirato,
que confirma que na compra pela internet o consumidor perde suas garantias.
Desconhecimento da procedência do produto
De acordo com o especialista, ao comprar pela rede, a pessoa sequer sabe de onde
vem o medicamento e como estava sendo estocado. "Além disso, não tem como saber
orientações dos profissionais de saúde nem reclamar em caso de problemas, não
sendo possível solicitar trocas se houver qualquer anormalidade. O usuário perde
todo o seu direito legal".
Por causa da desvantagem de não poder reclamar em caso de problemas e do
medicamento poder ser irregular e fazer mal à saúde, o especialista não
recomenda a compra de remédios pela internet, já que o baixo custo e a
facilidade de acesso se contrapõem à insegurança.
Falta de legislação dificulta controle
Ainda de acordo com Barbirato, a falta de normas dificulta o controle de
irregularidades na comercialização destes produtos, principalmente com relação
aos medicamentos vendidos por provedores com sede em outros países. "Existem
muitos sites, comumente encontrados em ações das polícias, que têm provedores
fora do país. Isso é muito difícil de rastrear".
No caso de compra de remédios em outros países, o caso se torna mais grave para
o consumidor. Isso porque, segundo a Anvisa, a compra de substâncias em outros
países sem autorização representa contrabando, o que implica em pena de um a
quatro anos de prisão, a ser dobrada se o meio a ser utilizado for o transporte
aéreo.
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