O mercado acionário brasileiro passa por um momento de grande instabilidade,
afetado pelos problemas econômicos dos países europeus e dos Estados Unidos.
Entretanto, no longo prazo, os especialistas ressaltam que a bolsa é um
investimento atraente, que pode trazer bons retornos para o investidor. Se você
ainda tem dúvidas sobre se deve entrar ou não neste mercado, o economista-chefe
da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira, listou 10 razões para que você comece
a investir em ações. Confira:
1 - Garantir a aposentadoria
A possibilidade de acumular capital para o futuro, inclusive garantindo uma
aposentadoria mais tranquila, é um dos principais motivos apontados pelo
economista para que se opte por investir em ações, focando principalmente no
longo prazo.
“Investir em ações com objetivo de longo prazo é uma das melhores maneiras de
obter lucro”, diz.
2 – Planejar o futuro e garantir o pagamento de despesas
Os especialistas apontam que o investimento é uma das melhores maneiras de
realizar sonhos e adquirir patrimônio no futuro, sem ter de pagar juros, mas,
sim, recebendo rendimentos das aplicações.
Com o investimento em renda variável acontece o mesmo. “Ao fazer um
investimento em ações, você pode ter um bom retorno no longo prazo e assim
consegue se planejar melhor”, afirma o economista.
3- Rentabilidade superior à de outras aplicações
De acordo com Vieira, outro bom motivo para começar a investir em ações é
que, com a renda variável, existe a possibilidade de rentabilidade maior no
longo prazo do que com outros investimentos tradicionais, como a caderneta de
poupança, por exemplo.
“É claro que este é um investimento de risco, mas, no longo prazo, esses
riscos são diluídos e, dependendo da sua carteira, os ganhos podem ser
compensadores”, afirma Vieira.
4 – Facilidade de investir e custo mais baixo
O economista da Souza Barros lembra que, há algum tempo, a dificuldade de
operar era muito maior do que hoje. Atualmente, por meio do home broker, o
investidor consegue efetuar ordens de compra e venda de qualquer lugar do mundo
sem nenhum esforço, com apenas um clique do mouse.
Além disso, ele ressalta que os custos das operações também diminuíram
bastante. “Antigamente, era muito mais complicado e caro operar. Hoje o
investidor não tem mais tanto esses problemas”, afirma Vieira.
5- Ganhar com os dividendos
Dentro do conceito de investimento de longo prazo, o economista aponta que
aproveitar os dividendos pagos pelas companhias pode ser considerado outro bom
motivo para se começar a investir no mercado de renda variável.
É importante lembrar que, historicamente, as companhias com maior geração de
caixa e menos necessidade de investimentos são as que mais pagam dividendos aos
seus acionistas. Por isso, se você for investir com o intuito de receber bons
dividendos, deve olhar de perto o setor de utilities (prestadoras de serviço),
sobretudo empresas de energia elétrica, saneamento básico e telecomunicação.
“Fiz um levantamento e constatei que, nos últimos cinco anos, o dividendo
médio pago pela AES Tietê (empresa geradora de energia) atingiu 11,8% ao ano”,
diz Vieira. “O dividendo, por si só, já valeria a pena e traria um rendimento
maior do que a maioria das aplicações de renda fixa. Mas, além disso, você
também ganha com a valorização – no caso da AES Tietê, o papel subiu 149% no
período”, afirma o economista.
6 - Liquidez
A facilidade de comprar e vender ações no momento em que o investidor
precisar é outro ponto que torna este tipo de aplicação interessante. “É
importante lembrar que existe um prazo de D+3 (dia da venda mais três dias
úteis) para que o valor fique disponível na conta, mas, se for comparar com
outros investimentos, como imóveis, por exemplo, a liquidez é muito maior”,
afirma Vieira.
O economista também lembra que as ações de grandes empresas listadas no
Ibovespa, conhecidas como “blue chips” - justamente pela alta liquidez e pelo
porte da companhia -, também são mais fáceis de vender. “Não existe nenhum tipo
de dificuldade de vender essas ações”, aponta.
Já ações de empresas menores podem ser menos líquidas e o investidor pode
precisar de um pouco mais de tempo para conseguir se desfazer do papel.
7 - Diversificar os investimentos
Se você já tem outros investimentos, como fundos de renda fixa, caderneta de
poupança e títulos públicos, diversificar as aplicações e alocar uma parte do
seu patrimônio em renda variável pode ser uma alternativa interessante para
acúmulo de capital no longo prazo.
“Diversificar é sempre interessante e uma boa maneira de garantir ganhos mais
expressivos”, afirma Vieira.
8 - Controlar a própria aplicação
Ao investir em ações, você tem a oportunidade de controlar os rumos da sua
carteira, ou seja, se não quiser, não precisa depender de ninguém para escolher
quais ativos farão parte do seu portfólio – diferentemente do que acontece em um
fundo de ações, em que o gestor é responsável por esta escolha.
“Acho que neste ponto entra a questão educacional”, afirma Vieira. Segundo
ele, é importante que o investidor se informe e se eduque, para que consiga
entender o que acontece com suas aplicações e onde estão as melhores
oportunidades de lucro.
9 – Aproveitar o momento econômico favorável
Talvez você não se lembre, mas há menos de 20 anos a inflação no Brasil era
altíssima. Em 1993, um ano antes da criação do Plano Real, por exemplo, a
inflação chegou à incrível marca de mais de 2.480% ao ano.
Atualmente, apesar dos problemas internacionais e de alguma dificuldade em
trazer a inflação para o centro da meta (que é de 4,5%), o Brasil passa por um
momento econômico favorável, com criação de empregos e uma boa taxa de
crescimento.
Por isso, o economista aponta que é interessante aproveitar este momento da
economia e as boas perspectivas futuras – com eventos como a Copa do Mundo e a
Olimpíada – para investir. “Existem muitas empresas com boas perspectivas de
crescimento neste cenário”, afirma Vieira.
10 - A bolsa é um ambiente seguro e bem regulado
Por fim, o fato de a Bolsa de Valores brasileira ser um ambiente seguro e
com uma boa regulação pelos órgãos competentes, como a CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e o próprio Banco Central, também traz uma boa razão para que o
investidor opere sem preocupações no mercado de renda variável.
“Temos uma excelente regulação no Brasil”, conclui.