Não há como negar a evolução do mercado acionário brasileiro durante a
passagem para o século 21. De alternativa, o Brasil virou uma das principais
rotas dos investidores estrangeiros, que movimentaram, em média, cerca de meio
bilhão de reais por ano no somatório de posições compradas e vendidas entre 2003
e 2009.
O alto giro financeiro trouxe consigo fundos e corretoras internacionais, sem
falar do status entre as maiores bolsas do mundo. Em meio ao processo, os
avanços tecnológicos, vindos de tradicionais centros financeiros, foram ganhando
espaço nas mesas de operação.
Desde plataformas de negociação ao fenômeno algotrader, a BM&F Bovespa vem com
esforço absorvendo a crescente demanda dos investidores estrangeiros e
institucionais. Mas, o que dizer do investidor pessoa física, fatia crescente do
mercado?
Além dos serviços de praxe, aos mais qualificados - financeiramente falando - já
estão em mãos plataformas com os tais sistemas de algoritmos e diversos serviços
personalizados de investimento.
Luta entre gigantes
Além dos fundos de investimento, uma das alternativas mais recorrentes deste
segmento é a busca por conhecimento para gerir seu capital sozinho. De cursos
aos livros, da análise fundamentalista até a análise técnica, esses investidores
de pequeno porte seguem na luta pelo sonhado primeiro milhão de reais e pela
independência financeira.
Nesta caminhada, alguns desistiram por não se adaptar ao ritmo do mundo da renda
variável e da exposição ao risco, mas o que se vê rotineiramente são
investidores saindo do mercado por perderem todo capital investido de uma só
vez, uma das vias mais traumatizantes.
Para os que resistem bravamente, uma reclamação frequente é a “injustiça” de se
investir ao lado dos “tubarões”, que passaram a dominar também os algoritmos,
ferramenta que lhes proporcionam uma velocidade incomparável na colocação de
ordens.
Entre ganhar um percentual atrelado ao Ibovespa ou encarar esta situação, alguns
dos remanescentes optam pela primeira opção. E para a massa restante, quais são
as armas para sobreviver, e, ao menos lucrar, neste mercado de extrema
competição?
Análise técnica + computação
Das alternativas existentes, a mescla entre análise técnica e computação vem
ganhando força entre os pequenos investidores, que buscam o apoio da estatística
para avaliar melhor as probabilidades de acerto das operações.
Como a análise técnica postula que eventos passados tendem a se repetir no
futuro, nada mais sensato que balizar o elemento futurológico do instrumental
por meio da matemática, já que estamos lidando com a variável preço.
Por este motivo factível ao olhar, mas aparentemente difícil de ser deduzido –
ao menos nos últimos dez anos – o investidor pessoa física deve aliar o estudo
do comportamento do mercado às ferramentas de estatística, como procurar
aprimorar seus conhecimentos de informática, afinal, a ideia de que a máquina
substituiria o homem é uma realidade em processo no mercado de capitais mundial.
Armas em punho
A fim de nortear o pequeno investidor pessoa física, o projeto “Manejo de Risco”
deixa um pouco de lado as teorias por trás do Money Management e o stop loss,
para cuidar essencialmente de sua estratégia empregada ao operar.
Nesta série de reportagens, serão abordadas as ferramentas por trás de um bom
Trade System, e, a partir da formulação de um competente rastreador de papéis,
averiguaremos os instrumentos para a realização de simulações das estratégias
utilizadas.
Em resumo, o objetivo é apresentar uma alternativa com enfoque mais científico e
que desmistifique o uso dos gráficos, pois, na verdade, não há qualquer
metodologia que preveja o futuro, nem mesmo a análise técnica.