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Ações / Bolsa de Valores - Cinco mitos do mercado de ações 

Data: 05/07/2010

 
 
Saiba quais são as ideias erradas mais comuns que envolvem a aplicação na bolsa

Leilão da Telebrás em 98: depois de terem virado mixaria, papéis voltaram a subir

Palco de histórias espetaculares, a bolsa é comumente envolta por uma atmosfera mítica. O número de pessoas que perdeu dinheiro e nunca mais voltou para o mercado é grande, mas são as histórias daqueles que ficaram milionários que mais reverberam. "No Brasil, a renda fixa é a aplicação preponderante na carteira, mas a bolsa é de longe a predileta. As pessoas têm muito prazer em falar de ações", afirma Rogério Bastos, sócio diretor da FinPlan. Nada mais natural para um tipo de investimento que caminha entre extremos, se equilibrando entre o indubitável enriquecimento e a iminente bancarrota. De um ponto a outro, conheça cinco mitos que rondam esse tipo de aplicação e saiba por que eles não devem nortear a escolha dos seus papéis.

1. Mercado de ações é como o cassino

Se para muita gente aplicar na bolsa se equipara a embarcar em um jogo de azar, a renda variável parece um caminho nebuloso e fadado ao fracasso. Mas ao contrário da completa aleatoriedade que envolve a aposta em uma roleta de cassino, investir em ações pressupõe a crença no crescimento das empresas. Frequentemente as pessoas associam os papéis às operações de compra e venda e se esquecem que eles também representam uma porção dessas companhias, instituições que geram renda, emprego e são estimuladas pela concorrência no seu mercado de atuação. Os lucros, portanto, derivam da performance e gestão apresentadas ao longo do tempo.

Nos cassinos, o valor embolsado pelos vencedores é fruto de uma mera distribuição de valores. Não há geração de riqueza, de modo que o dinheiro passa de mão em mão e engorda a carteira de alguns poucos sortudos - quando não entra apenas no caixa dos estabelecimentos. Embora a bolsa não seja estritamente regida pela racionalidade, é certo que a variação dos papéis relaciona-se com os rumo(re)s da economia e com os fundamentos econômicos das empresas. Em ambos os casos, quando os alicerces vão bem, o lucro é repartido entre todos os acionistas, seja pela forma de dividendos ou pela cobiçada apreciação das ações.

2. O investimento é apenas para grandes jogadores

Filmes e best-sellers que vendem a figura do investidor como grande e poderoso homem de negócios povoam o imaginário popular. Desfilando ternos bem cortados e saldos bancários que começam em seis dígitos, eles terminam por afastar da bolsa o aplicador que não encarna esse estereótipo. "Greed is good" ("a ganância é boa"), diria Gordon Gekko, interpretado por Michael Douglas no famoso "Wall Street - Poder e Cobiça". O filme retratou a geração yuppie dos anos 80 e consolidou a imagem dos amantes de dinheiro a qualquer custo. Determinismos à parte, não há como negociar a existência desses players no mercado, tampouco a possibilidade das estratégias de um único investidor de peso afetarem diretamente o preço das ações. Mas a bolsa não é formada apenas por esses sujeitos - e certamente eles não são os únicos que dela se beneficiam.

A bem da verdade, o mercado de ações jamais esteve tão acessível ao pequeno investidor. A internet está no âmago dessa democratização: a rede permite que qualquer pessoa compre ativos por meio do home broker. Para isso, basta ter registro junto a uma corretora. Além disso, a web disponibiliza um emaranhado de informações a respeito do mundo financeiro, com notícias, análises e balanços online. E quem não tem tempo, interesse ou disposição para se dedicar à empreitada pode facilmente investir na renda variável sem colocar a mão na massa. "Se o investidor não estudar um pouco as empresas e o mercado, ele estará correndo um risco razoável. Por isso, quem não estiver disposto, faz melhor em delegar o trabalho para um gestor profissional", diz Paulo Esteves, da Gradual Investimentos. Nesse caso, vale considerar a aplicação em fundos de investimento com parte ou totalidade da carteira em ações. Para entrar em muitos deles, a aplicação inicial é de 100 reais.

Há quem acredite, inclusive, que o aplicador comum ganha vantagem sobre quem trabalha no mercado quando considerado o resgate no longo prazo. Diferente dos corretores ou gestores de fundos, ele não estará sob constante pressão para mostrar resultados, pois parte-se do pressuposto que não é daí que ele vai tirar seu ganha-pão. Se a aplicação é uma poupança para o futuro, não será preciso realizar uma série de operações para atingir metas no fim do mês. De fato, estudo realizado pelo Santander mostra que entrar e sair da Bolsa buscando os melhores retornos pode custar caro. Entre 1999 e 2009, o Ibovespa entregou um retorno anualizado de 23,11%. Quando perdidos os dez maiores pregões do período, esse percentual caiu para 10,61%. O desempenho é inferior à rentabilidade média de 17,18% alcançada pelo CDI, referência para muitas aplicações em renda fixa.

3. Depois da queda, a ascensão

Não é porque a máxima de vender na alta e comprar na baixa encontra-se sacramentada no mercado que um ativo muito desvalorizado deve necessariamente entrar na carteira de quem aplica em ações. Apostar em um papel simplesmente porque o preço caiu pode levar o sujeito a lugar nenhum - ou pior, a um patamar ainda inferior. Vale lembrar que os tombos por si só não alimentam as expectativas de uma posterior apreciação. O que está em jogo é o valor da empresa. "Estamos falando não apenas do cenário econômico, mas dos fundamentos da companhia, que estão relacionados a aspectos como estrutura de capital, demanda dos produtos e competitividade no mercado", ensina Pedro Galdi, analista da SLW.

Um caso que ilustra a situação é o da Telebrás, empresa que já foi carro chefe da bolsa e chegou a responder por mais de 52% do Ibovespa sozinha. "Com a privatização das teles nos anos 90, a companhia perdeu todo o sentido. Uma empresa não operacional, com dívidas, sem atividade e que o governo mantinha aberta sem um porquê", diz Galdi. As ações, no entanto, permaneceram no mercado, conquanto fora do portfólio da maioria dos investidores, que consideravam o cenário de baixa irreversível. "O papel valia centavos e era altamente especulativo". A virada aconteceu no governo Lula com o anúncio da recuperação da Telebrás para universalizar a banda larga no país. "Só no primeiro semestre deste ano, a alta foi de 92%", completa Galdi.

Mas se manter um papel muito barato parece estratégia imbatível, outros casos mostram que o investimento em ações definitivamente não oferece essa previsibilidade. Antes de se fundir com a Votorantim Celulose e Papel e formar a Fibria, a Aracruz perdeu mais de 2 bilhões de reais em um só mês de 2008 por conta da especulação com a taxa de câmbio através dos chamados derivativos exóticos. O resultado não poderia ser outro: a ação que começou o ano valendo 54,20 reais, fechou 2008 ao preço de 17,93 reais. "Mas depois que a VCP assumiu o negócio, o preço da celulose teve uma forte alta, os volumes demandados cresceram assustadoramente e o resultado foi uma boa geração de caixa", sustenta Galdi. Naturalmente, o mercado esperava que o papel refletisse esse cenário, o que acabou não acontecendo. "A dívida da empresa ainda é muito grande. Imaginou-se que a ação pudesse subir, mas na verdade ela só está caindo". De janeiro a junho de 2010, a desvalorização chegou a 31,8%.

4. O preço revela mais do que o valor

Muitas pessoas se deixam impressionar pelo custo das ações e têm pouco - ou nenhum - conhecimento sobre o que estão realmente estão pagando para ter na carteira. Pela mesma razão que uma meia de 1.000 reais é caríssima e um carro do mesmo preço é uma barganha, os preços devem ser sempre relativizados. No curto prazo, uma empresa pode sobreviver e prosperar apoiada na especulação. Mas tão logo os rumos do mercado desfaçam a névoa otimista, as estruturas ficarão expostas e o desempenho da companhia eventualmente refletirá a qualidade das vigas. Mais uma vez, o que conta é o valor destas empresas, principalmente para investimentos de longo prazo. É importante lembrar que em um mercado afeito a grandes oscilações, parece razoável supor que qualquer lucro colhido com as ações já seja uma vantagem. Mas o investidor deve analisar a taxa de juros e a inflação do período para saber se não poderia estar ganhando mais em outra aplicação. Para se ter uma ideia, enquanto a inflação acumulada no primeiro semestre de 2010 foi de 3,09% pelo IPCA, o ICON (Índice de Consumo), único indicador da Bolsa com desempenho positivo no período, entregou um retorno de 1,1%, percentual bem menor que os 3,2% registrados pela tradicional caderneta de poupança.

5. Gurus devem ser seguidos

Frases de efeito de investidores de sucesso costumam inspirar quem aplica na bolsa. De Warren Buffett a George Soros, passando por Sam Zell e Peter Lynch, as estratégias dos conhecidos gurus motivam o lançamento de livros do gênero, viram lugar comum no mercado de ações e guiam a seleção dos papéis dos pequenos investidores. Mas não seja teleguiado por elas. Investir na bolsa requer tempo e estudo. Caso opte por montar a carteira por conta própria, tenha a consciência que em um momento de euforia será sempre possível atribuir os louros de uma boa aplicação a um aconselhamento remoto. No entanto, não vai adiantar praguejar contra o mentor por trás das suas decisões quando a carteira sofrer desvalorização. É você quem vai amargar o prejuízo e isso independente do renome do sábio ou iluminado que foi seguido. Por isso, fuja de métodos e operações infalíveis. O investimento em ações envolve riscos e levar a proposta adiante sem reconhecê-los pode ser potencialmente destrutivo para o seu patrimônio. Antes de esperar por milagres ou conselhos indefectíveis, aprenda a confiar no seu taco. E estude o bastante para mantê-lo afiado.



 
Referência: Portal Exame
Autor: Marcela Ayres
Aprenda mais !!!
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