Quando se fala em confiança logo se pensa sobre problemas de relacionamento,
dificuldades em se manter unida uma equipe e muitas vezes até briga. Mas como se
identifica falta de confiança seja no líder ou seja entre a própria equipe ou
mesmo ainda do gestor para com os liderados? A resposta a essa pergunta é chave
e deve traduzir os anseios de cada um enquanto membro de um grupo.
Podemos começar nos perguntando o que realmente é confiança, pois é comum nos
expressarmos com palavras ou termos que não podem ser traduzidos da maneira que
queremos, isso se deve à nossa fraca compreensão da língua portuguesa.
Confiança segundo alguns dicionários especializados é coragem gerada por uma
forte crença em si mesmo, que poderia ser traduzida também para segurança e
firmeza. E também pode ser fé (que é cega), que se poe em alguém. Ou seja, no
sentido intro quer dizer auto-conhecimento e segurança, no sentido extra quer
dizer fé. Mas e fé, o que quer dizer? Fé, quer dizer fidelidade, crença,
convicção absoluta e sem amparos em algo ou alguém.
Logo, posso entender que ter confiança em outrem significa ser fiel a
acreditar indiscriminadamente e sem ressalvas nesta pessoa, pois assim é que é a
fé.
Partindo deste princípio, entende-se que não é fácil confiar em alguém. E nem
sempre o ambiente de trabalho é recheado de ternura, amizade, amor,
companheirismo, fraternidade, que podem ser os sentimentos que conduzem à fé e
consequentemente a confiança.
Sendo assim, penso que confiança não é o termo correto a ser usado no
ambiente de trabalho. Penso em algo como comprometimento e profissionalismo, que
podem abrir um leque grande de possibilidades, mas que usarei como a
responsabilidade em fazer o melhor sempre sem olhar ou comparar-se com o
companheiro.
Analisando, pois as relações entre colegas de trabalho e entre líder e
liderados e vice-versa, vemos que a confiança pode ser justificativa para uma
série de insatisfações, mas buscando a melhor da análise do conceito, acredito
que não é de falta de confiança que as organizações sofrem, mas de falta de
caráter, de falta de responsabilidade e comprometimento de seus funcionários.
Então, entendo que pessoas são tomadas por vaidades, medos, paixões e
angústias que são levadas ao ambiente de trabalho e são os motores da
insatisfação que se divulga por aí hoje em dia, pois se crucificam gerentes de
maneira indiscriminada em todos os lugares. E o poder da desconfiança é tão
forte, que se uma esposa disser que não confia mais no marido, o que acontece?
Fim do casamento. Agora, se um liderado disser que não confia mais em chefe? Fim
da relação? Mas como, despede-se gestor ou gerido?
Essa é o grande equívoco envolto nessa máxima da confiança. Não existe
confiança, existe comprometimento e profissionalismo e isso basta para que as
empresas tenham pessoas de boas ações trabalhando não para a satisfação
individual ou contra outrem, mas trabalhando para a produção em conjunto de
valores que a sociedade pede. Hoje, vendem-se valores e não produtos.