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Currículo (curriculum) - Estudante: seu currículo futuro depende do que você fizer agora 

Data: 04/05/2010

 
 

Currículo é um documento em que se reúnem dados relativos à identificação, formação, experiência profissional e atividades anteriores de um profissional ou candidato a uma oportunidade, e por natureza, ao menos na maioria dos casos, ele reflete com fidelidade algumas das principais realizações do histórico de uma pessoa, no que tange à sua empregabilidade.


Fila do emprego…

O Efetividade tem uma série de artigos explicando como fazer seu currículo, boa parte deles com modelos baseados na minha própria experiência da época em que eu selecionava pessoas para estágios e vagas de emprego, via processos seletivos que começavam pela coleta e análise de currículos.

Vi muitas barbaridades em currículos nessa época, e decidi fazer algo a respeito escrevendo meus próprios artigos sobre currículos e disponibilizando meus próprios modelos de currículo, que alcançaram certo grau de sucesso – incluindo aí o uso pela revista Veja em texto sobre o tema.

De vez em quando também algum leitor aprovado em processos seletivos aparece para agradecer, e é por aí que efetivamente meço o sucesso da iniciativa.

Tem outro lado

Mas há outro lado nessa história, como ilustra um recente comentário de um leitor em um artigo que escrevi para ajudar o pessoal que quer um curriculum para primeiro emprego.

O artigo apresenta o básico, com truques para evitar a aparência de folha vazia, e para valorizar a experiência acadêmica extra-curricular, como participação em eventos, envolvimento em empresa júnior e diretório, estágios e atividades voluntárias, na hora de ir ao mercado e tentar se diferenciar de outras pessoas batalhando as mesmas vagas. O mesmo artigo ainda apresenta um exemplo de preenchimento do mesmo currículo por uma pessoa que está cursando o segundo grau.


 

Note, entretanto, que o comentário a que me referi acima não desejava nada disso. Ele queria algo mais, e acredito que seja uma orientação que eu não acredito que alguém possa oferecer eticamente: um modelo de preenchimento que possa fazer com que pareça bom o currículo de alguém que tenha apenas se formado na área em que quer atuar, com pouca ou nenhuma experiência a relatar.

Existe algo que pode fazer um currículo destes parecer bom, e é simples de exemplificar: basta que haja um processo seletivo em que o requisito principal seja a formação na área, e não tenha aparecido número suficiente de outros candidatos formados.

Fora isso, o que ocorre é da natureza do processo: o currículo de quem não tem experiência ou formação complementar naturalmente parecerá mais vazio do que o de seus concorrentes que possam agregar alguma informação sobre realizações profissionais anteriores, ou mesmo sobre realizações acadêmicas complementares.

Fica a dica

O que mais me surpreendeu no comentário a que me referi foi a natureza da indignação expressa pelo seu autor.

 


Este é o modelo em questão

Explico: ele não estava lamentando a sua própria situação de ausência do diferencial profissional que desejava possuir. Na opinião dele, o problema é que o modelo de currículo apresentado no artigo (e reproduzido na imagem acima) era de “um profissional com uma vasta formação e grande experiência”.

Acredito mesmo que quando a pessoa descreve desse jeito alguém como o personagem daquele currículo (a “vasta formação” era a graduação completa e a “grande experiência” era ter feito 2 estágios), possa ser bem mais difícil escrever um currículo sem ficar com a sensação de “folha vazia”.

Mas a solução pra isso é fazer a escolha de aproveitar oportunidades de experiência complementar durante a formação, ou em paralelo a outras atividades profissionais, mesmo que isso custe um alto preço em termos de horas dedicadas ao lazer ou a outras atividades mais prazerosas a curto prazo.


Nada de mentir no currículo

Se a escolha for outra, ou se for impossível colocar isso em prática (e às vezes é), não tem jeito: seu currículo precisa refletir a sua realidade.

As alternativas seriam o popular “encher linguiça” (que o recrutador logo percebe e avalia negativamente), auto-elogio sem evidências (que levam à pergunta: se este candidato é tão bom, como não consegue apontar nenhum exemplo do uso dessas qualidades que diz ter?), ou o pior pecado: mentir no currículo (como estas “top 5″ mentiras de currículos, elencadas pela revista Info. Nada disso ajuda, e o melhor ainda será ficar com um currículo modesto e verdadeiro.

Como fazer para enriquecer um currículo

Se você é estudante, não deixe passar em branco nenhuma oportunidade de ter algo a inserir no seu currículo daqui a alguns anos para estar em posição de vantagem em relação a quem se limita a assistir aulas e fazer provas. Saiba que isso não garante vaga a ninguém, mas pode aumentar bastante a sua chance quando o processo seletivo for razoavelmente equilibrado.

Algumas das oportunidades às quais você deve dar atenção já foram mencionadas aqui: atuar em empresas-júnior ou empresas-modelo mantidas pela instituição de ensino, participar ativamente na gestão do diretório acadêmico, ser o tesoureiro da comissão de formatura, monitor/bolsista em laboratórios, participar de eventos relacionados ao seu mercado de trabalho, publicar artigos, realizar estágios e outras atividades que permitam que um futuro avaliador perceba que você tem iniciativa, sabe se virar, é esforçado e já teve alguma experiência de vida que permitiu aprender a trabalhar em equipe, comunicar-se e outros atributos que muita gente menciona no currículo, mas não consegue convencer (e nem chega a ser chamado a uma entrevista para poder demonstrar).


Um modelo de currículo do Efetividade.net

Outras alternativas (que valem também para quem não é estudante) foram mencionadas no nosso artigo “Emprego sem experiência? Existe solução” e permitem sair da situação paradoxal em que ninguém lhe dá oportunidade porque você não tem experiência, e você não consegue ter experiência porque ninguém lhe dá oportunidade. Todas elas exigem alguma dose de dedicação, portanto o melhor é começar cedo.

Finalmente, para quem já está no mercado de trabalho e busca melhorar a sua empregabilidade, mirando no avanço da carreira ou em uma possível recolocação futura, vale aproveitar o ensejo e consultar as nossas 12 dicas rápidas de estabilidade e empregabilidade – que também passam pela atenção ao que colocar no currículo.

Afinal de contas, a conclusão é simples: nenhuma dica de formatação pode ajudar a criar valor no currículo de quem não tem diferencial em relação a outros concorrentes. Como geralmente o único diferencial que está ao nosso alcance obter são a formação e a experiência, é nisso que podemos nos concentrar para ter uma reação positiva.



 
Referência: Efetividade.net
Autor: Augusto Campos
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :