"Eu não diria que é comum as pessoas mentirem no currículo, mas os exageros
acontecem", avisa a consultora de carreira sênior da assessoria em gestão de
carreiras e desenvolvimento organizacional, Career Center, Mara Turolla.
Ela conta que há pessoas que afirmam ter fluência no idioma inglês sem ter,
profissionais que exageram nos resultados de trabalhos feitos ao longo da
carreira, outros que colocam cargos e datas errados no histórico e até aqueles
que dizem ter feito um curso, sem que isso seja verdade.
Mentira implica risco
"Mentira nunca é boa", garante Mara, que revela que os profissionais fazem isso
para passar na primeira etapa dos processos seletivos, que é a triagem dos
currículos. No entanto, as chances dele se queimar no mercado por conta desses
"exageros" são grandes.
Por exemplo, hoje muitas empresas avaliam o inglês fluente por meio de ligações
repentinas, nas quais são feitas entrevistas em inglês. "Ou então, no processo
seletivo, ele é obrigado a participar de uma conferência com um estrangeiro",
acrescenta. "Existe o risco de ele sair com a imagem prejudicada por conta da
mentira".
A melhor saída é sempre contar a verdade, mesmo que as exigências daquela vaga
sejam muitas. "Caso a vaga exija inglês fluente e não for o seu caso, conte a
verdade e ressalte outros pontos positivos, para passar pela triagem do
currículo e conseguir um primeiro contato pessoalmente".
Quanto ao histórico, a consultora alerta que muitas empresas buscam referência
antes de contratar alguém para checar a veracidade das informações.
Reputação
Sua imagem pode ser ainda mais prejudicada se as mentiras não forem pegas
durante o processo seletivo. O motivo é que, uma vez contratado, será cobrado
por seus superiores. Mas a realização de algumas tarefas estará fora de seu
alcance. "Quando há uma quebra de confiança, a situação piora".