Desempregado e sem o salário, o profissional fica com menos dinheiro
disponível e, por isso, deve pensar bem quais serão seus gastos. Um deles, e que
diz respeito à carreira, é o fato de pagar ou não para colocar o currículo na
internet.
Indicação de amigos e familiares e possibilidades em jornais e no networking
devem ser as primeiras ferramentas de busca por uma vaga para quem está sem
emprego.
"O profissional também pode se cadastrar na internet num primeiro momento, desde
que não gaste com isso", afirmou a consultora de Desenvolvimento Organizacional
da Caliper, Luciana Merlin da Cunha Zonta.
Gastos
Se as respostas demorarem a aparecer, aí sim o profissional deve pensar em
colocar a "mão no bolso". "Segundo pesquisas, o tempo que o profissional demora
para se recolocar é de três meses, em média. Se não teve respostas e retorno
depois deste tempo, ele pode pensar em fazer uma pesquisa de sites para pagar
para cadastrar o currículo", disse.
Mas cuidado com valores. Algumas empresas pedem porcentagens sobre os primeiros
salários, o que é uma "furada", segundo a consultora. "Outras chegam a exigir o
salário inteiro".
Ela indica que o profissional pague em torno de R$ 100 para um período superior
a um mês. "Conheço pessoas que conseguiram a recolocação nestas condições". A
consultora, no entanto, também já ouviu falar de outros que pagaram R$ 5 mil, o
que é muito caro. Ela disse que, quanto maior o grau de instrução, mais se
cobra, mas o valor não deve chegar a este.
Empresa
Já que está desempregado, o profissional deve fazer a escolha certa da empresa
de recolocação. A primeira dica que a consultora dá é que a pessoa não tome
decisões precipitadas, principalmente se envolvem dinheiro.
Peça indicação e veja qual o tipo de serviço prestado pela agência de
recolocação. Afinal, de nada adianta colocar o currículo em um site que somente
tem vagas para operadores, se o profissional já atingiu a gerência.
Peça a assinatura de um contrato, para que, se a recolocação não for feita, o
dinheiro seja devolvido ou o currículo seja exposto por mais tempo.
Internet
Por conta da evolução na internet como meio de pesquisa de vagas de emprego, o
jornal está perdendo espaço como ferramenta para tal, de acordo com pesquisa do
Grupo Catho, intitulada "A contratação, a demissão e a carreira dos
profissionais brasileiros - edição 2007", realizada entre março e abril deste
ano com 12.122 profissionais.
Entre os profissionais ouvidos na pesquisa que conseguiram emprego em 1999,
11,65% tiveram sucesso graças a anúncios de jornais e apenas 2,71% tiveram sorte
com a internet. Entretanto, oito anos depois, 15,20% foram contratados por causa
da Internet e apenas 5,65% por intermédio de anúncios de jornais. A situação foi
invertida.
Por fim, se antes a internet era mais usada por profissionais jovens e de níveis
hierárquicos inferiores, nos últimos anos, executivos aderiram às ferramentas
virtuais. Por exemplo, de 1999 até hoje, o percentual de presidentes e diretores
que utilizam os sites na busca de emprego subiu de 11,66% para 56%. Já o
percentual de alta entre gerentes passou de 11,48% para 63,13%, no mesmo
período.