Carreira / Emprego - Observar as crianças pode ajudá-lo a aprender sobre negociação!
Você está ansioso, afinal é o seu primeiro dia no curso de negociação que
tanto queria. A sala está cheia, todos esperam pela chegada do professor. No
entanto, acontece algo que ninguém imaginava: uma criança assume o posto do
docente. Bem, o cenário acima é fictício, já que dar aulas pode não ser uma
realidade alcançada ainda pelos pequenos. Porém, dominar a arte de negociação já
é uma outra história.
“As crianças são negociadores natos e a forma como conduzem a negociação é
uma ilustração fantástica de como o processo pode ser simples, se for bem feito.
Nós, como adultos, temos uma tendência a complicar as coisas e a desenvolver
hábitos contrários e muitas vezes negativos”, afirma o sócio-diretor da Scotwork
do Brasil, José Roberto Ribeiro do Valle.
Segundo ele, é comum em cursos e consultorias que aprimoram técnicas de
negociação as pessoas mencionarem como as crianças alcançam com grande êxito
aquilo que desejam.
Reconheça um criança
Com o passar dos anos, Valle tomou para si a responsabilidade de entender o
universo negociador dos pequenos. De fato, ele assinalou várias características
condizentes com as crianças e as situações em que negociar é preciso. Confira
abaixo como os adultos podem aprender com as crianças sobre a arte de negociar:
- Crianças fazem muitas perguntas. Nós já chegamos? Onde estamos?
Para onde vamos? Várias vezes, com receio de nos tornarmos repetitivos,
evitamos insistir em perguntas. De acordo com o especialista, as crianças
tendem a levar vantagens por não serem receosas. Sendo assim, perguntam tudo
o que querem saber. Os adultos, por sua vez, imaginam que fazendo perguntas
podem passar a sensação de despreparo. "Por exemplo, em situações de
negócios, às vezes ouvimos que quando não temos familiaridade sobre um
determinado assunto o mais óbvio seria perguntarmos do que se trata,
correto? Então, por que não perguntamos? Faça mais perguntas! Prepare várias
questões antes de se reunir com pessoas envolvidas naquele tema ou
negociação", avalia.
- As crianças sabem o que querem e perguntam insistentemente sempre.
Pense nisso: Se uma criança quer um sorvete, o que ela vai pedir? Se uma
criança deseja ir ao parque, o que nós ouviremos? Isso parece simples
demais, mas é incomum este tipo de conduta por parte de adultos quando
negociam. "Nos escondemos, omitimos e camuflamos o que queremos da outra
parte como se fôssemos dar um golpe. Muitas vezes, isso acontece por uma
avaliação inicial superestimada ou pelo medo que temos da rejeição", explica
o especialista.
- As crianças não aceitam um “não” como resposta. Se você tem
crianças pequenas em casa, tente por uma semana contar o número de vezes que
você fala “não” para seu filho e guarde o número de vezes que a criança
recebe o primeiro “não” e desiste daquele tema. As crianças parecem receber
o primeiro “não” como apenas o início da negociação e não o fim.
- Crianças são persistentes. Elas são insistentes em seus
questionamentos – se algo não é respondido ou não as deixa satisfeitas, elas
certamente irão perguntar novamente. Assegure-se de que suas perguntas sejam
respondidas, e pense em reformular o que você está propondo, assim você
otimiza o resultado daquilo que está oferecendo.
- As crianças entendem sanções. É incrível como as crianças treinam
seus pais a responder as sanções. "Esteja preparado para explorar sanções,
mas tenha cautela, pois elas devem ser utilizadas com ponderação e avaliando
as consequências, e não as apresente a não ser que esteja pronto para
aplicá-las", afirma Valle.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Equipe InfoMoney
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