Há momentos em que o profissional olha para os lados e pode deparar-se com
uma realidade nada agradável: O que está acontecendo comigo? Não sou mais
convidado para almoçar pelos meus colegas. Quando acontece alguma comemoração,
nunca me convidam e se o fazem, não sempre é na última hora. Quando há alguma
novidade, ninguém chega para comentar comigo. Meus colegas que antes paravam
para conversar comigo, agora, só dão um bom dia apressado. Nada é como antes. Ou
será que eu mudei?
Infelizmente, muitos profissionais vivenciam situações semelhantes e até mesmo
mais complicadas, quando chegam ao ambiente de trabalho. No entanto, o motivo
desse problema, desse isolamento que se criou em torno da pessoa pode ser
comparado a um copo d'água que foi enchendo aos poucos e transbordou. Com a
correria do dia a dia, muitas pessoas deixam determinados fatores interferirem
no seu comportamento e o reflexo surge quando os seus pares o evitam. Vejamos
agora, algumas dicas de como uma pessoa pode agir diante de um fato similar e
voltar a interagir com a equipe.
1 - Isso pode parecer bobagem para muitas pessoas, mas não é
nada agradável dar um "Bom dia!" a alguém e aquela pessoa não corresponder ao
seu cumprimento. Lógico que não é todo dia que se está disposto a mostrar toda a
sua "arcada dentária", mas quando se ignora repetidas vezes a saudação de
alguém, é provável que na próxima vez seu colega prefira baixar a cabeça e não
dar uma só palavra.
2 - Se alguém tem o hábito de cumprimentá-lo, não espere
apenas que a pessoa tome a iniciativa. Mostre receptividade e, garanto, dar um
"Bom dia!" ou um "Olá! Tudo bem?", não fará mal algum. Pode ser que naquela
determinada manhã, seu colega esteja com algum problema pessoal e está tão
preocupado que nem se deu conta de que passou por você.
3 - É muito comum que as pessoas vivam um ritmo cada vez
mais acelerado e há ate mesmo quem prefira não sair do trabalho para almoçar,
pois trouxe algo leve para substituir uma refeição e ganhar tempo. Por esse
motivo, se alguém o convidar para almoçar e não seja possível acompanhá-lo,
agradeça. Mas também, apresente um argumento simpático e como "Hoje, estou de
dieta. Exagerei muito no final de semana. Almoçamos numa próxima oportunidade".
4 - "João, você pode me dar uma opinião sobre esse e-mail
que formulei para um novo cliente?". "O quê?", nem pensar e pare de ser
preguiçoso. Se alguém pede a sua ajuda e você mostra que a receptividade é
"zero", as chances do seu colega de trabalho procurá-lo para pedir ajuda também
será "zero". Lembre-se que um dia, você também poderá precisar de ajuda. Por
essa razão, caso esteja muito ocupado, uma boa alternativa é responder: "Vejo
contigo, daqui a pouco. Pode ser?".
5 - Quando for atender aquela pessoa que solicitou a sua
ajuda, seja discreto. Para ensinar algo a um colega de trabalho não precisa
tocar "trombones", para mostrar a todos você salvou aquele profissional e fazer
uma bobagem, cometer um erro. E ao apresentar sua sugestão, mostre-se aberto
para a troca de ideias. São incontáveis os casos de duas pessoas que possuem
opiniões diferentes, mas que quando sentam para conversar sobre o assunto,
chegam a um consenso totalmente diferente do que poderiam imaginar. Tenha sempre
em mente que o aprendizado é mútuo.
6 - Caso você seja considerado o mais experiente da equipe,
não significa que é o dono da verdade. Quando participar de alguma reunião, por
exemplo, antes de expressar sua opinião, saiba ouvir o que a outra parte tem a
dizer. Espere o colega terminar a apresentação e coloque mostre seus
questionamentos com respeito ao trabalho do outro. Quem escuta o que os outros
falam, tem mais chances de apresentar argumentos plausíveis para novas
propostas.
7 - Cada pessoa tem um jeito próprio de lidar com seus
objetos pessoais, inclusive no ambiente de trabalho. Isso faz com que alguns
teoricamente sejam organizados e outros nem tanto. Quando se está na correria, é
possível que precisemos pegar uma caneta, uma tesoura emprestada, mas o colega
da mesa ao lado está no atendimento a um cliente e vai demorar. Caso realmente
precise do objeto dele, depois de usar devolva e agradeça. O respeito ao espaço
dos outros é fundamental para um bom convívio.
8 - Ninguém mais conversa com você? Por quê? Faça essa
pergunta a você mesmo e veja se você tem sido receptivo às conversas que surgem
no dia a dia. Para um pai que vê seu filho aprender a andar é uma felicidade e
nada mais natural do que compartilhar essa alegria com alguém. Imagine a cena:
"João, meu filhinho aprendeu a andar sozinho!". "E eu com isso?". Uma resposta
dessas nem merece comentários. Reveja as respostas que você tem dado aos seus
colegas, para assuntos que são de extrema importância para eles.
9 - Sempre ouvi a seguinte frase: "Gosto não se discute".
Caso algum colega chegue ao trabalho com um visual novo e diferente daquele que
você estava habituado a ver, não estimule uma "saudação de choque" do tipo: "O
que aconteceu com você?". Confesso que já aconteceu comigo: tentei mudar a cor
dos meus cabelos e ao invés de conseguir um tom mais claro, fiquei com uma
mancha em tom roxo bem no centro da cabeça. Na segunda-feira, um dos meus
colegas chegou e me olhou desconfiado. Comecei a rir e perguntei se ele tinha
visto algo diferente. Educadamente, disse que notou que eu estava um pouco
diferente e comecei a rir. Confessei: "Está horrível.... Errei o tom da tinta e
tenho que esperar uma semana para não ter queda de cabelos". Ele sorriu e
suspirou aliviado.
10 - Quebra de paradigmas não se faz da noite para o dia.
Independentemente da geração que você pertença, é preciso saber conviver com
pessoas que possuem visões diferenciadas das suas. Hoje, as organizações
valorizam a diversidade como ponto de partida para a disseminação do
conhecimento e o estímulo à criatividade. Se seu líder é bem mais novo do que
você ou vice-versa, por que criar barreiras apenas porque no final de semana
alguém adora ir a um pagode agitadíssimo e você prefere um passeio com a
família? O que importa mesmo é como vocês administram o relacionamento na
empresa e compartilham conquistas e fracassos na rotina do trabalho.