Nas organizações modernas o trabalho e a aprendizagem estão diretamente
relacionados. Em tais empresas a educação corporativa é estratégica para a
formação do capital intelectual, pois estimula princípios, estabelece diretrizes
e, ainda, media a troca de conhecimentos entre pessoas, unidades, fornecedores,
clientes e parceiros.
Houve um tempo em que a vida de um profissional era dividida em dois
períodos: o da escola e o do trabalho. Hoje os trabalhadores precisam construir
seu conhecimento por toda a vida, o que leva trabalho e aprendizagem a se
sobreporem.
O conhecimento é uma vantagem competitiva e a educação corporativa precisa
abranger as habilidades técnicas e humanas, através de ensino permanente,
holístico e gerador de empresas e de pessoas comprometidas, capazes de entender
a realidade, desenvolvê-la e alterá-la continuamente em busca do sucesso. O
principal foco da educação corporativa é vincular o desenvolvimento das pessoas
com as estratégias de negócios.
A adoção de sistemas educacionais estratégicos e competitivos pode ter
impacto positivo nos resultados do negócio, o que incentiva o crescente
interesse pelo tema, tanto na academia quanto no mundo corporativo. No Brasil,
observa-se o movimento, sem precedentes, de qualificação e educação de
trabalhadores para elevação de desempenho das empresas, por meio da interação
entre organizações públicas, particulares e academias.
Ao investir em desenvolvimento continuado, a empresa reduz as diferenças
entre as competências essenciais ao seu posicionamento estratégico. Com isso, a
organização amplia sua competitividade, difunde sua cultura e retém talentos.
Desse modo, foram criadas as universidades corporativas, que devem ser centros
de resultados para disseminarem as melhores práticas da organização.
E a tecnologia tirou a educação da sala de aula, pois as empresas buscam
constantemente formas para treinar seus funcionários com maior economia,
aproveitando-se sempre de novos recursos. Assim surgiu o ensino à distância, um
processo de ensino-aprendizagem no qual alunos e professores estão separados
temporal e/ou espacialmente, mas interligados por algum meio, como a Internet.
O ensino à distância desenvolvido em ambiente virtual também é conhecido como
e-learning. É importante que haja múltiplas interações entre aluno e professor,
com assessoria e acompanhamento constante, propostas de desafios e o pleno
entendimento do que se está fazendo.
Mas antes da empresa aplicar efetivamente uma tecnologia de aprendizagem, ela
precisa desenvolver um plano que esquematize os diversos recursos disponíveis
para acelerar a aprendizagem dos funcionários. E, no momento de executar o
plano, é importante focar que tipos de aprendizagem a corporação deseja fomentar
e qual a combinação de tecnologia que proporcionará a solução ideal.
O ensino à distância pode - e muitas vezes deve - ser balanceado com o
treinamento presencial de acordo com o programa a ser oferecido. As tecnologias
de ensino à distância geraram um profundo impacto na aplicação do
desenvolvimento organizacional e da Gestão do Conhecimento.
O e-learning, por exemplo, permite que a empresa prolongue seu alcance. Com o
advento da Internet e da Intranet foi possível a incorporação do estudo ao
trabalho, para que os funcionários aprendam enquanto interagem com os membros de
suas equipes, clientes, fornecedores e com a organização como um todo.
Existe ainda a vantagem da redução de custos em treinamento, além da
uniformidade e da agilidade no fluxo de informação, da flexibilidade no tempo e
no ritmo do aprendizado. E o aluno desenvolve disciplina e autonomia. O
e-learning exige, contudo, uma equipe multidisciplinar capacitada.
Mas se devem buscar alternativas para superação dos aspectos vulneráveis do
ensino à distância como, por exemplo, a dificuldade da maioria das pessoas em
administrar seu tempo ao se prepararem para estudarem por conta própria. Assim,
a tecnologia precisa ser usada de forma racional, não por modismo.
E a visão do mercado sobre a qualidade do ensino à distância tem se tornado
cada vez mais positiva. Em artigo na revista Exame, Jack Welch e Suzy Welch
dizem que há alguns anos hesitariam em contratar alguém que tivesse feito um
curso à distância, mas que hoje, se a pessoa for inteligente e talentosa, o fato
de ela ter feito um curso à distância demonstrará apenas que ela tem disciplina
e perseverança.