O que é?
É a perda de sangue pelo nariz ou através deste para a boca, sendo mais
freqüente em crianças (epistaxe: epi = oriundo de cima, staxis = sangramento).
Como ocorre?
Os vasos sangüíneos que nutrem a cavidade nasal rompem por vários fatores que
normalmente são identificados facilmente. As causas mais comuns são as infecções
virais ou bacterianas, as crises alérgicas, os traumatismos com o dedo,
ambientes muito secos, traumatismos externos, medicamentos tópicos, drogas como
a cocaína, fragilidade dos vasos sangüíneos (varizes, pequenos tumores).
A porção mais anterior do septo nasal (parede que divide o nariz em duas
narinas) apresenta vasos sangüíneos frágeis. A maioria das epistaxes ocorre em
crianças ou adultos jovens na porção anterior do septo, onde estes vasos
sangüíneos sofrem lesão pelos fatores citados acima.
O que fazer?
Não se angustie, esclareça suas dúvidas e procure seu médico
otorrinolaringologista.
A maioria das epistaxes têm resolução espontânea em aproximadamente 10 minutos e
não necessitam atendimento médico. Devemos comprimir a parte lateral do nariz
contra o septo do lado afetado por alguns minutos. Se esta compressão com o dedo
não obtiver resultado, coloque um algodão embebido em água oxigenada ou em
soluções com vasoconstrictores na narina afetada (após assoar o naiz) e aguarde.
Sente ereto, não deite a cabeça para trás. Isto reduz a pressão sobre as veias
do nariz e evita que o sangue seja deglutido (não abaixe a cabeça também).
Após cessar o sangramento, não assoe o nariz nos próximos 7 dias e coloque
pomadas de indicação médica no lado afetado três vezes por dia.
Não introduza nada nas narinas. Não tente limpá-las com cotonete, dedo, pinças,
lenços, papel higiênico.
Use umidificadores para melhorar o ambiente seco, ou respire em cima de uma
xícara com água quente (vapor).
Caso o problema se prolongar ou retornar, procure um especialista para o
tratamento adequado.
O médico pode realizar a cauterização (química ou térmica) dos vasos sangüíneos
afetados e controlar sua cicatrização.
Algumas vezes se faz necessário o tamponamento nasal nas mais variadas formas
(algodão, gaze, esponjas ou materiais expansíveis) por um período de 24 a 48
horas. Quando retirados, quase a totalidade dos problemas estão em fase de
cicatrização.
Pacientes com doenças da coagulação sangüínea (hemofilia) ou uso crônico de
medicamentos que afetem a coagulação (aspirina, anticoagulantes orais ou
injetáveis) devem ter sua dosagem adequada ou suspensos momentaneamente.
Pacientes em quimioterapia, com leucemia, ou pós-radioterapia sofrem
freqüentemente de epistaxes de repetição.
Sangramentos de maiores proporções, mais prolongados ou já tamponados,
posteriormente devem ser tratados com cirurgia para ligadura ou
eletrocauterização destas artérias ou retirada dos tumores causadores (pólipos,
tumores), preferencialmente sob anestesia geral.
Os cuidados pós-operatórios variarão segundo a magnitude dos procedimentos
efetuados. Sempre haverá um inchaço, maior nos primeiros 2 dias, que
gradativamente vai diminuindo. Em geral 7-10 dias é o tempo suficiente para o
paciente retornar às suas atividades sociais e laborais.
É importante ressaltar que as alterações de cicatrização e acomodação dos
tecidos em seu novo local seguem por mais algum tempo. Pelo menos três meses são
necessários para se observar o resultado final do tratamento.