Sempre se falou muito das habilidades e capacidades que um candidato precisa ter
para ocupar determinados cargos dentro das empresasHá pouco tempo, por
exemplo, falar uma segunda língua era um diferencial. Hoje, as empresas buscam
mais do que um segundo idioma, mas também cursos de pós-graduação, experiências
internacionais e ações voluntárias. Tudo isso é fundamental para complementar o
currículo. Porém, este cenário já não é o mesmo nos dias de hoje.
Para lidar com as constantes mudanças e dificuldades do dia a dia e ainda se
destacar no mercado de trabalho, hoje, espera-se do profissional outros tipos de
capacidades e atitudes comportamentais, como um alto grau de Quoeficiecia de
Adversidade (QA).
Estima-se que as pessoas enfrentem cerca de 30 situações de adversidade por dia,
sendo que a maioria delas ocorre no âmbito profissional. Assim, no mundo
corporativo, ganham destaque aqueles profissionais que são capazes de enfrentar
os problemas, trazendo soluções em vez de novos questionamentos. Por outro lado,
quando uma pessoa não está apta a lidar com essas situações, suas incapacidades
para enfrentá-las aparecem e, por conta disso, reagem negativamente e na
“contramão” do que é esperado delas pelas organizações.
O que determina o desempenho do profissional nos momentos de dificuldade é a sua
resiliência, ou seja, a capacidade que ele tem para lidar com problemas, superar
obstáculos ou resistir à pressão em momentos mais complicados. Enquanto alguns
profissionais reagem negativamente, outros se levantam rapidamente. O resiliente
tem essa habilidade de reação sem perguntar ou perder tempo.
Quanto maior a resiliência, maior é o Quoeficiente de Adversidade (QA). O QA
reflete a facilidade do indivíduo em recorrer a experiências anteriores que
trouxeram algum aprendizado. Um exemplo prático de como o QA influencia nosso
desempenho do dia a dia é quando um estudante que conhece toda a matéria não
consegue se lembrar de nada na hora da prova. Isso acontece por causa da pressão
sofrida no momento, associada à habilidade de lidar com isso.
Profissionais com alta resiliência influenciam e transformam o ambiente, em vez
de serem transformados por ele. São, em geral, pessoas bem-humoradas que, mesmo
nas piores situações, conseguem estar satisfeitos. Além disso, pessoas com alta
resiliência não somente têm maior capacidade para resolver ou solucionar
problemas, como também têm maior qualidade de vida e longevidade.
Em contrapartida, pessoas com baixo grau de resiliência estão sempre
insatisfeitas, tendendo a ser negativas, reclamam demasiadamente, são
dramáticas, dispersas, adoram se justificar e sempre se colocam na posição de
vítimas da situação.
Mesmo quando uma pessoa não apresenta tais características de QA, é possível
ainda desenvolvê-las. Para isso, é necessário mudar a forma de pensar e agir,
observando sempre o outro lado com uma visão crítica e aberta de como fazer
diferente. A própria empresa e o departamento de RH podem buscar informações e
meios para auxiliar nesse processo.
Ter em mente essas questões é de extrema importância para o desenvolvimento de
uma carreira promissora. A resiliência é considerada um dos principais fatores
de sucesso a longo prazo e, por isso, deve receber especial atenção dos
profissionais e, claro, das organizações.
Sob este aspecto, fica fácil concluir que, para se ter uma equipe com alto
desempenho, é necessário que os recursos humanos sejam resilientes,
característica que beneficia, mutuamente, o profissional e a empresa. Este é,
portanto, um papel de suma importância para as lideranças das organizações.