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Finanças pessoais - Pais querem ensinar os filhos a guardar dinheiro, mas não poupam 

Data: 02/11/2009

 
 

Embora queiram que os filhos aprendam a poupar, poucas são as famílias preocupadas em controlar as despesas domésticas.

A conclusão consta na tese de doutorado "Procedimentos utilizados pelas famílias na educação econômica de seus filhos", defendida neste ano por Valéria Cantelli, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Para o trabalho, foi realizada pesquisa com uma amostra de 270 famílias de uma cidade da Região Metropolitana de Campinas, com pelo menos um filho com idades entre três e 16 anos.

"O cofrinho de moedas e a caderneta de poupança, por exemplo, visam à educação dos filhos, mas mesmo essas ações não chegam a assumir um caráter pedagógico: as crianças não participam de etapas importantes deste processo, como registrar as entradas ou doações, acompanhar a ida ao banco e conversar sobre a regularidade e o objetivo dos depósitos - ações que fazem parte da dinâmica de socialização e resultam em uma maior educação econômica", diz Valéria.

Banalização da dívida
Em vez de incentivarem a poupança, as famílias de todos os estratos de renda se empolgam pelo acesso fácil ao crédito, banalizando as dívidas, o que ocorre principalmente entre a classe média.

De acordo com a autora da tese, o crédito é a saída encontrada por muitos pais diante da pressão da publicidade e dos filhos, situação que piora quando analisado o fato de que os pais de hoje foram criados em um período de inflação, quando era impossível fazer qualquer planejamento financeiro.

"Eles não foram preparados para lidar de forma mais inteligente com o dinheiro e muitos se sentem despreparados para ensinar os filhos a enfrentar os apelos do consumismo. Isso resulta em uma lacuna preocupante na formação das novas gerações, que extrapola o âmbito econômico e alcança uma dimensão ética: ao vincular a felicidade à aquisição de bens, o modelo social atual atrela a construção da identidade de crianças e jovens à ideia de que para ser, precisam ter".



 
Referência: InfoMoney
Autor: Flávia Furlan Nunes
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