O sujeito sincero demais fala o que pensa, "doa a quem doer", como diz o
ditado. Como algumas pessoas preferem não ouvir a verdade, ou ignorá-la, é comum
que ele seja visto como o colega de trabalho intragável, difícil de suportar.
Na mesa ao lado, está o falso simpático. Ele sorri o tempo todo, raramente está
de mau humor, nunca critica seu trabalho. Costuma-se apreciar tamanha simpatia,
por isso, este tipo de profissional é querido... Até o dia em que mostra sua
verdadeira face e passa a perna em alguém da equipe.
Comuns no mundo corporativo, essas figuras nos fazem questionar: como lidar com
esse tipo de pessoa? Até que ponto o simpático é melhor do que o crítico?
Falso simpático é pior
Para a diretora da RMML Consultoria de Imagem Corporativa, Renata Mello, difícil
mesmo é lidar com o falso simpático.
"Quando a pessoa tem esse perfil, você nunca sabe o que ela está pensando. Ou,
até pior, não se sabe o que ela pode fazer com as informações que tem a seu
respeito", avisa.
Para lidar com esse tipo de colega ou chefe, Renata Mello sugere "não alimentar
seu repertório". Desta forma, fale o mínimo possível. Diga apenas o necessário,
de forma objetiva, sem dar margens a especulações.
"Evite ainda falar o que pensa a respeito dela, de situações do trabalho ou
sobre postura de outras pessoas. Não vale a pena se expor, pois tudo que for
dito pode ser usado contra você", alerta.
Verdadeiro demais
Com relação ao sincero em excesso, Renata diz que, quando você sabe que a pessoa
é honesta, é mais fácil de lidar com ela, pois ela é quem é.
"Por mais dura que a pessoa seja com você, na hora de dar uma opinião ou fazer
um comentário, é bom saber que está sendo verdadeira. Quer o seu bem (se for seu
amigo) ou mostrar que você está errado (caso seja um colega de trabalho)", diz a
consultora.
O problema é que algumas pessoas são tão honestas que até nos magoam. "Mas, se
for seu amigo, acho que vale a pena mantê-lo por perto, no entanto, avise que
poderia ser mais sutil, caso seu jeito seja muito agressivo. Se não for seu
amigo, mas um colega de trabalho, agradeça a opinião, avalie se tem razão ou
não, e use a informação a seu favor, caso concorde com ele. Caso não concorde,
não prolongue o assunto", aconselha.