A diferença entre ser persistente ou perseverante pode não ser clara para
muitas pessoas, mas ela existe e pode ser uma das explicações para o fracasso de
profissionais que têm de tudo para alcançar o sucesso.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, Villela da Matta,
a persistência pode ser resumida por "fazer mais do mesmo para alcançar um
resultado", o que pode ser ruim ou bom, dependendo da situação.
"O profissional tem de ser muito persistente para aprender um outro idioma, para
fazer um bom trabalho. Esse é o lado bom da persistência. O lado ruim é quando
está querendo algo novo e quer trilhar um mesmo caminho. Persistir, neste caso,
é burrice", destacou o coach.
Ele explicou que se torna "insanidade" quando o profissional deseja mais, mas
continua persistindo na forma como realiza o trabalho, já que está trilhando
caminhos que não estão trazendo resultados.
Perseverança e sucesso
Matta afirmou que o perseverante é flexível, porque busca mais soluções para
atingir os seus objetivos. "Ele tem mais possibilidade de chegar ao resultado
porque busca alternativas. Isso é fundamental porque o sucesso não é atingido
num primeiro momento".
Ele usou a Teoria de Darwin sobre a evolução das espécies para ilustrar a
diferença de persistentes e perseverantes e como isso está relacionado ao
sucesso. "A Teoria de Darwin diz que a espécie que tiver maior número de opções
para interagir vai dominar o sistema".
Isso significa que a pessoa que tiver mais opções de caminhos a trilhar também
pode atingir mais rapidamente aquilo que deseja. "Uma pessoa mais persistente
não atinge resultado, ou não vai se perpetuar, porque não vai dominar o
sistema".
Tempo é vilão
Questionado sobre se ser persistente ou perseverante está relacionado ao perfil
de uma pessoa, Matta afirmou que não. Para ele, existe uma tendência de os
profissionais serem mais conservadores ou persistentes, com o passar do tempo. À
medida que eles ganham experiências e vão tendo resultados positivos, mais
insistentes ficam.
"Quando o ser humano vai envelhecendo, ele se liga a padrões passados, mas o
mundo muda e é preciso ter novas abordagens", explicou, completando que, ao
contrário disso, o jovem é cada vez mais disposto a conhecer o novo.
Para reverter essa tendência natural, Matta afirmou que a pessoa deve se
questionar sobre qual a meta na carreira e o caminho que está usando para
atingi-la. "Se o profissional não sabe aonde quer chegar, não importa ser
persistente ou perseverante, porque não conseguirá saber se está avançando",
finalizou.