Carros são o sonho de consumo de muitos brasileiros, assim como a casa
própria, porém, ao contrário do imóvel, que pode valorizar e se tornar um bom
investimento, não há jeito de impedir a desvalorização do veículo na hora da
revenda.
O problema é que, muitas vezes, a perda de valor é maior do que a esperada pelo
proprietário e, por isso, muitos desistem da troca de carro e acabam investindo
na manutenção e reforma de seu usado. Mas essa é uma atitude que dificilmente
poderá ser adotada por toda a vida, chegando uma hora em que a troca do carro
será inevitável. Mas quando isso acontece?
De olho na quilometragem
Segundo o consultor do site AutomovelDicas, Nelson Cunha Bastos, ao contrário do
que muitos pensam, o motorista tem de ficar atento à quilometragem do veículo e
não à sua idade. "O carro pode ter dois anos de uso, mas apenas cinco mil
quilômetros rodados. Nesse caso, por exemplo, vale a pena manter por mais
tempo", explica.
Bastos lembra que, à medida que a aumenta a quilometragem, os gastos com
manutenção também ficam maiores. "Eu diria que, a partir dos 60 mil quilômetros,
os gastos com manutenção começam a ficar mais pesados, porque haverá a
necessidade de trocar itens mais caros, como o amortecedor".
Ao mesmo tempo, ele considera que, se a pessoa troca o usado com baixa
quilometragem por um novo, não estará fazendo um bom negócio, pois terá de arcar
com a desvalorização de seu seminovo, sendo que os gastos com manutenção do
carro zero quilômetro serão praticamente os mesmos.
Avaliando o orçamento
Como toda compra, é preciso fazer uma avaliação do que irá pesar mais no bolso,
a troca do carro ou a manutenção e reforma do usado. "Tem que analisar quanto
vai gastar para melhorar o carro, tanto com a troca de peças quanto com retoque
da pintura, e comparar esse valor com a desvalorização do carro", explica o
consultor.
Bastos ressalta que, para manter o veículo, ele deve estar em condições boas,
que garantam a segurança dos ocupantes e atendam às necessidades do
proprietário. "Mas, a partir de um determinado momento, tem que fazer um caixa,
à medida que o carro desvaloriza, porque, uma hora, vai ter que trocar".
Manutenção necessária
Além de ser importante para deixar o carro usado em bom estado e funcionando, a
manutenção pode ajudar a diminuir as perdas na hora da revenda. Isso porque, no
mercado de seminovos, espera-se que o carro esteja em bom estado.
"Se o veículo está mal cuidado, o proprietário vai sofrer contra-argumentações
do comprador e vai ter que dar um desconto", explica Bastos.