Carreira / Emprego - Confira os riscos do exagero no trabalho, segundo especialista em Neurologia
"Estudos têm demonstrado que o excesso de trabalho está associado a reações
do sistema endocrinológico e imunológico, alteração do padrão do sono, fadiga,
depressão, hábitos de vida prejudiciais à saúde e ao aumento do risco de doenças
cardiovasculares", explica o doutor em Neurologia pela Unicamp, Ricardo
Teixeira, que também dirige o Instituto do Cérebro de Brasília.
Segundo ele, além dessas complicações, uma pesquisa publicada recentemente pelo
American Journal of Epidemiology revelou que pessoas que trabalham até 40 horas
por semana têm melhor desempenho cognitivo (funcionamento de cérebro) do que
aquelas que trabalham mais de 55 horas.
Sobre a pesquisa
O levantamento foi realizado da seguinte maneira: mais de 2 mil voluntários
ingleses com média de idade de 51 anos foram acompanhados durante cinco anos.
Quanto mais horas de trabalho, piores os resultados em testes de habilidades
verbais (vocabulário e fluência), assim como de funções executivas.
"Os resultados foram significativos, mesmo quando corrigidos para diversos
fatores demográficos, como idade e nível educacional, e marcadores de saúde
(doenças cardiovasculares, transtornos do sono e estresse psicológico). Isso
significa que não foi possível responsabilizar nenhum desses fatores específicos
pelos resultados", explica Teixeira, para quem ainda resta uma pergunta a ser
respondida pela ciência: se os excessos no trabalho podem representar um fator
de risco para a demência na terceira idade.
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