Carreira / Emprego - Muitas dívidas a pagar podem comprometer produtividade no trabalho
Você é daqueles que vive esperando o próximo pagamento para saldar dívidas?
Cuidado, sua produtividade no trabalho pode estar comprometida. De acordo com
pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas), empregados com problemas
financeiros são os que apresentam maiores índices de faltas e atrasos.
Segundo o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da EASP (Escola de
Administração de Empresas) da Fundação, professor William Eid Junior, que
entrevistou cerca de 135 funcionários da própria FGV/SP, no grupo de
funcionários com maior nível de estresse financeiro, o número de faltas
registradas foi de 1,56, em média, contra 1,18 faltas, dos menos estressados
financeiramente.
"Essas pessoas faltam mais porque precisam renegociar dívidas, tomar
empréstimos, enfim precisam utilizar o tempo para resolver seus problemas
financeiros", diz o professor.
Outras conclusões
Ainda de acordo com o estudo, os endividados recorrem mais à chefia para
abonarem suas faltas do que aqueles com a vida financeira mais organizada, cerca
de 34,59 vezes contra 14,56, respectivamente.
Por outro lado, os funcionários com menor estresse financeiro fazem maior uso
dos abonos médicos, 3,53 vezes ao ano, contra 2,65 vezes dos que possuem mais
dívidas. Neste caso, conforme Eid, uma explicação possível seria que as pessoas
com menos problemas financeiros tenham mais tempo para cuidar da saúde.
Além disso, diz o professor, "não é fácil obter abono médico sem uma boa
justificativa, daí o uso pelos mais estressados dos abonos da chefia e das
faltas sem justificativas."
O que fazer?
Resolver o problema, afirma Eid, exige disciplina e uma mudança rígida no
comportamento de consumo do trabalhador, a começar pela adoção de medidas
simples, como elaborar orçamento, evitar compras a prazo e cortar gastos
desnecessários.
Contudo, avalia ele, a responsabilidade por tal recuperação não deve ser apenas
do funcionário. Na visão do professor, as empresas devem investir em programas
de educação financeira, que ensinem seus colaboradores a consumir de forma
consciente.
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