Carreira / Emprego - Apelação ou não: na procura por emprego, vale citar situação financeira ruim?
Não é sempre que acontece, mas muitos selecionadores já ouviram um apelo
financeiro por parte dos candidatos em uma entrevista de emprego. Eles estão com
contas em atraso, dívidas nos bancos e não conseguem uma vaga no mercado. Por
isso, acabam por citar o orçamento doméstico para pedir ajuda! Quais são as
consequências da atitude?
De acordo com a gerente de projetos do Grupo Foco, Ercília Vianna, isso não
acontece com frequência, mas existem casos, principalmente quando a pessoa está
há muito tempo à procura de uma vaga no mercado de trabalho. "A gente entende
porque a pessoa está ansiosa e a reação é natural. Agora, se insistir, a gente
explica que isso não funciona no processo".
Além dos "desesperados", alguns gestores também apelam para a situação
financeira, de maneira mais sutil.
Quando o dinheiro fala mais alto
Outro perfil que costuma apelar para a questão financeira é mais oportunista.
"Muitos optam por uma nova oportunidade em função do dinheiro, exclusivamente. O
desafio não é o mais importante. Se a gente vê que é isso, nem consideramos
essas pessoas no processo seletivo", disse a gerente de projetos.
Para evitar esse tipo de pessoa, algumas empresas pedem para que o salário e
pacote de benefícios não seja divulgado, até determinada etapa da seleção. Ficam
somente aqueles que estão interessados em atuar na companhia. A medida visa a
diminuir a rotatividade de funcionários e analisar as reais pretensões do
profissional.
Ercília afirmou que não vê problemas no profissional apelar para o orçamento
doméstico na busca por um emprego. "Agora, tudo que é exagerado é inconveniente.
O que vale é a capacidade do profissional e ele não vai ser beneficiado porque
tem contas a pagar".
A consultora de planejamento de carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos,
Melina Gras, disse considerar uma gafe a pessoa pedir para ser selecionado para
a vaga porque está precisando de dinheiro, ou deixar demonstrar isso. "Todo
mundo tem conta para pagar e ninguém contrata na base da apelação emocional",
afirmou.
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