Se você pensa que pode, você pode. E se você pensa que não pode, você
está certo.”
(Mary Kay Ash)
O mundo corporativo coloca em
pólos opostos o empregado, acreditando-se injustiçado porque ganha menos do que
julga merecer, e o empregador, convencido de que paga mais do que deveria pela
produção gerada.
Para vencer a batalha de
conseguir um aumento salarial, informação e astúcia são os ingredientes básicos,
aplicados conforme as dicas a seguir.
1. Faça uma auto-avaliação
criteriosa. Aumentos devem ser obtidos por mérito antes mesmo de serem
desejados. Por isso, pondere sobre sua performance. Acompanhe seus relatórios de
avaliação de desempenho e competências e o de seu supervisor e colegas de
trabalho.
2. Pesquise o mercado.
Analise a média salarial do seu cargo no mercado comparando-a com a média paga
por sua empresa. Lembre-se de considerar o porte da companhia. Não se pode
esperar de uma pequena corporação a mesma capacidade de remuneração de uma
multinacional.
3. Conheça a política
salarial de sua empresa. Uma companhia com plano de cargos e salários bem
estruturado apresenta regras para promoção, premiação e remuneração. Assim, pode
haver critérios que considerem não apenas questões qualitativas, vinculadas a
resultados, mas também ciclos cronológicos relacionados às faixas salariais. As
normas podem até mesmo limitar a autonomia do gestor na concessão de aumentos,
impedindo-o de atender à sua demanda.
4. Estude o ambiente.
Observe o desenvolvimento de seus colegas de trabalho. Procure identificar um
padrão de comportamento que possa ter conduzido alguns profissionais a uma
posição superior. Examine o mercado e a posição relativa de sua empresa para
descobrir como anda sua saúde financeira no momento. Faça uma leitura do perfil
e das reações de seu gestor a fim de notar a melhor ocasião para abordá-lo.
5. Prepare o terreno.
Faça um levantamento de suas atividades buscando mensurar os resultados
alcançados. Elabore uma relação dos benefícios que você traz para a corporação e
como pode potencializá-los. Prepare uma proposta de solicitação de elevação
salarial atrelada às metas da empresa, com um planejamento detalhado para um
horizonte de doze meses, por exemplo, com gatilhos de incremento em seus
proventos a cada fase concluída do projeto.
6. Dê o bote. O melhor
local: na própria empresa, em uma reunião a portas fechadas para minimizar o
risco de interrupções. O momento certo: logo após a realização de um projeto bem
sucedido e num dia em que o gestor esteja de bom humor. A abordagem recomendada:
clareza e objetividade na exposição, porém sem denotar agressividade. Iniciar
enaltecendo com autenticidade a companhia, o cargo exercido, a liderança e a
equipe. Explicitar o trabalho realizado, os pontos positivos e as perspectivas
futuras, conforme o planejamento traçado anteriormente.
7. Quanto negociar. Não
há uma regra para isso. Primeiro, porque depende da política da empresa. Os
dissídios coletivos anuais são da ordem de 5%. Já os aumentos vinculados ao
tempo de serviço ou mudança de função dentro do plano de cargos e salários giram
em torno de 10%. Os maiores índices podem ser obtidos quando acoplados ao
resultado da companhia.
8. Esqueça os apelos
emocionais. A corporação não está preocupada com o fato de sua família
aguardar a chegada de trigêmeos, o filho mais velho ter ingressado numa
universidade privada ou seu avô exigir um caríssimo tratamento médico. Separe a
pessoa do problema. Justificativas de cunho emocional podem até funcionar uma
primeira vez, mas o risco maior é causar constrangimento e denunciar que você é
um mau administrador de suas finanças pessoais – e, por conseguinte, um péssimo
exemplo de gerenciamento para a própria companhia. O foco deve estar em seu
desempenho e o nome do jogo é meritocracia.
9. Esteja pronto para negociar. Evidentemente, sua proposta pode ser
total ou parcialmente recusada. Neste caso, negocie benefícios, objetivando
ganhar mais no longo prazo com base em seu desenvolvimento pessoal. Assim, um
curso de idiomas ou um MBA podem representar uma transferência de despesa
pessoal que você teria e que será assumido pela empresa.
10. Mantenha a confiança e a
auto-estima. Uma postura determinada e segura compõe uma imagem adequada ao
seu marketing pessoal. Além disso, calcule os riscos de sua iniciativa. Cuidado
também com a opção de flertar com oferta de trabalho de outra empresa. Poderá
receber um “até logo” quando imaginava que a proposta seria coberta.
Você avaliou seu desempenho, estudou o mercado e sua companhia, planejou uma
argumentação sólida e coerente para respaldar seu pedido de aumento salarial e
negociou. Se mesmo assim a empresa tem sucessivamente negado um reconhecimento
efetivo pelo trabalho, é hora de considerar a possibilidade de mudar de emprego.
Afinal, tapinha nas costas não paga contas.