Currículo (curriculum) - Mentira no currículo tem perna curta
Descubra quais são as inverdades mais usadas pelos candidatos
Se você já cogitou incrementar seu currículo com algumas mentirinhas,
cuidado. Não dizer a verdade pode custar-lhe a vaga pretendida e até causar
constrangimento. Os processos seletivos contam, atualmente, com profissionais
preparados para detectar detalhes mínimos de contradições ditas no currículo e,
mais tarde, na entrevista de emprego. “Costumamos dizer que sabemos mais da vida
do candidato do que ele próprio”, brinca Fabiola Lencastre, gerente regional do
Grupo Foco de Campinas. Segundo ela, “o currículo é um documento profissional,
por isso orientamos o candidato a não mentir ou omitir qualquer informação”.
Um tipo de avaliação bastante aplicada é a seleção por competências, em que o
entrevistador pede ao candidato que comente algumas de suas experiências de
acordo com o declarado no currículo. Se você, por exemplo, alegou possuir
competências em liderar equipes, o avaliador irá questioná-lo sobre algum
episódio que retrate essa característica. “É muito fácil detectar alguma falha,
pois a pessoa não consegue completar a história”, afirma a consultora Cecília
Junqueira, especialista em orientação profissional e diretora da Cecília
Junqueira & Consultores.
Por isso, é recomendável, novamente, ser sincero e estar ciente de suas
capacidades e qualificações. Especialistas afirmam que, mesmo que a mentira
passe incólume pelo entrevistador, o candidato corre o sério risco de não
conseguir desempenhar as funções a ele destinadas após a contratação. “Se a
pessoa não tiver as condições pré-requisitadas, não dará conta do recado mais
tarde. É importante não forçar a barra, pois existem pessoas que até adoecem em
decorrência disso”, completa Cecília.
Mentiras de acordo com o cargo
Para José Duarte Vieira, diretor comercial da HumanData, empresa que
produz softwares de mapeamento de competências, o tipo e a incidência de
mentiras varia de acordo com o cargo pretendido. Ele divide quatro posições
diferentes:
- Cargos operacionais
“Verificamos que em aproximadamente 20% dos casos há inverdades de
pequena envergadura, como formação escolar, profissional, experiência,
conhecimentos, entre outros”.
- Cargos de chefia baixa ou média
“Neste caso, nossa estimativa sobe para um patamar de 50% e contêm
inverdades mais problemáticas, tais como: formação escolar, profissional,
áreas de responsabilidade, número de subordinados e, principalmente,
experiência, comportamento e conhecimentos. Como neste patamar testes são
bastante comuns, há um sério risco de ser ‘descoberto'”.
- Cargos de chefia média ou alta
“Cerca de 30% contêm inverdades bem mais graves e problemáticas.
Razão: essa pessoa conhece o funcionamento interno das empresas, sabe das
limitações de um RH em fornecer "verdades" e que só muito veladamente podem
transparecer problemas, tais como falta de honestidade. Como neste patamar
são comuns testes mais sofisticados, o risco de ser ‘descoberto' é
razoavelmente elevado, mas desprezado”.
- Cargos de alta chefia
“Neste caso acreditamos que as alegações são verdadeiras em mais de
80% dos casos. As mentiras mais comuns giram em torno de amplitude da
responsabilidade, salário, benefícios, subsídios, participação nos lucros e
prêmios”.
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