Carreira / Emprego - TOC: conheça mais o transtorno que afeta rotina pessoal e profissional
O TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) é uma das dez maiores causas de
incapacitação do indivíduo, perdendo apenas para a depressão, a fobia social e o
abuso de substâncias, de acordo com a edição de novembro da revista da Pro Teste
Associação de Consumidores.
O que leva o transtorno a ocupar essa posição são as obsessões - idéias,
pensamentos, imagens e impulsos repetitivos que invadem a mente do indivíduo -
que consomem muito tempo e interferem significantemente na rotina normal do
indivíduo, afetando seu trabalho.
Há ainda o comportamento compulsivo, que é repetitivo e visa reduzir a ansiedade
e afastar as obsessões.
Um tipo menos conhecido, mas que pode se evidenciar no âmbito profissional, é a
lentidão obsessiva. Acontece da seguinte maneira: os pacientes não repetem suas
ações, como na maioria dos casos em que o transtorno é identificado, mas demoram
horas e horas em tarefas diárias, graças ao medo de errar ou de causar
problemas. Há indecisão, ruminações e rituais encobertos.
O transtorno
O TOC atinge uma proporção de 1,6% a 3,1% da população brasileira. Em um terço
dos casos, os sintomas já se manifestam na infância ou adolescência, mas se
agravam nas fases difíceis da vida. Algumas formas estão associadas à
predisposição genética. Outras podem melhorar com uma situação problemática. Em
75% dos casos, ele está relacionado a outros transtornos psiquiátricos.
Os indivíduos que desenvolvem o transtorno têm muitos medos, são supersticiosos,
perfeccionistas, lentos e envergonham-se de realizar suas manias, o que ocasiona
brigas e isolamento social. Talvez por isso a maioria deles sejam solteiros. Por
vergonha, eles escondem o comportamento dos mais próximos. Esta é uma prova de
que, na maior parte das vezes, o paciente reconhece o problema, mas ele não pode
controlá-lo.
O diagnóstico é clínico, enquanto o tratamento é individualizado, e pode ser
feito por meio de medicamentos - antidepressivos inibidores da recaptação de
serotonina - e pela terapia cognitivo-comportamental. Cerca de 40% dos pacientes
não respondem a esses tratamentos e são submetidos a neurocirurgias.
Quando o medo é a causa
Existem as obsessões classificadas como agressivas, sendo algumas delas o medo
de ferir, matar ou prejudicar alguém. Há quem evite, neste caso, manusear
tesouras, fósforos ou objetos que considerem perigosos. A pessoa com o
transtorno chega até a pensar ter feito o ato tão temido, sem realizá-lo. As
obsessões mais comuns entre os pacientes são:
- Preocupação com acidentes;
- Preocupação com sujeira, secreções corporais ou contaminações;
- Medo de que algo terrível aconteça a si próprio ou a alguém querido;
- Preocupação com simetria.
Existem ainda a compulsão por verificação (medo de causar uma catástrofe); por
contagem, que podem ser associar às de repetição (somas e divisões
desnecessárias); compulsões por simetria (verificar constantemente a posição de
livros); e os rituais de colecionismo (não se desfazer de objetos inúteis ou
descartáveis).
|