Na hora de combater o estresse dos funcionários, os programas de recursos
humanos que enfatizam a diminuição da sobrecarga de trabalho são, no mínimo,
insuficientes - para não dizer pouco eficazes em termos de resultados.
Embora coloque em xeque a eficácia dos departamentos de RH, a afirmação acima,
da professora de psicologia Christina Maslach, da Universidade da Califórnia
(Berkeley), tem encontrado o suporte em estudos acadêmicos em todo o mundo.
Isso porque os pesquisadores especializados em "burnout" - nome dado ao grau
máximo de estresse profissional -, delimitam hoje seis fontes da doença que
devem ter o mesmo nível de prioridade nos programas antiestresse das firmas.
São elas: controle (autonomia sobre o ambiente), recompensa (reconhecimento),
comunidade (nível de conflitos), justiça (tratamento em comparação com os
outros), valores (pessoais em relação aos da empresa ou do cargo) e, por fim,
quantidade de trabalho.
"Muitas empresas gastam tempo demais com sobrecarga de tarefas e não levam em
conta as demais fontes estressoras", ressalta Maslach, considerada a pioneira e
uma das maiores autoridades mundiais nas pesquisas sobre o tema "burnout".
As conseqüências dessa negligência são expressivas para as empresas: aumento dos
índices de absenteísmo (faltas), perda da qualidade do trabalho e gastos maiores
com a saúde dos funcionários, entre outros.
"Tudo indica que a melhor saída, para a companhia e para o profissional, é a
prevenção", diz Maslach, que esteve no Brasil como palestrante do "Congresso de
Stress da Isma-BR", evento que terminou na sexta-feira em Porto Alegre (RS).