Imóveis - O que você precisa saber antes de comprar um imóvel
Cuidado: certos detalhes não podem ser esquecidos na hora de comprar uma
casa. Conheça e entenda os financiamentos para fazer o melhor negócio
A sensação de entrar numa casa recém-adquirida é indescritível. Mesmo que alguém
já tenha vivido nela. A prazerosa tarefa de mobiliar e decorar cada ambiente nos
enche de expectativas e até nos passa a idéia de um outro começo. Não importa se
isso já aconteceu uma ou duas vezes na vida.
A alegria é sempre a mesma. Mas, antes de você colocar os pés naquele espaço
que freqüenta assiduamente seus sonhos, saiba que é preciso se planejar e
conhecer como os financiamentos atuam. Caso contrário, você pode entrar numa
fria e ficar, literalmente, sem eira nem beira. “É um erro as pessoas
acreditarem que a compra de um imóvel é um negócio fácil.
Até porque o país ainda não tem uma política habitacional”, afirma Amauri
Bellini, presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).
Ele garante que, por causa da desinformação, a maioria acaba se aventurando e se
comprometendo com parcelas impossíveis e altos juros.
Por isso, a principal orientação dos especialistas é que as prestações
jamais ultrapassem 20% da renda familiar. Confira, a seguir, os tipos de
financiamento mais comuns e escolha o seu.
Na prática
O consórcio para um imóvel de R$ 100 mil funciona assim: valor das parcelas no
primeiro ano, R$ 695,12; valor das parcelas no segundo ano,
R$ 730
Consórcio
O sistema é o mesmo usado no consórcio de automóveis. As parcelas são
reajustadas anualmente de acordo com o Índice Nacional do Custo da Construção
(INCC). A taxa fica em torno de 5% ao ano. “Quem quer adquirir um imóvel de
imediato deve optar mesmo por um financiamento comum. Agora, se a compra for
programada, o consórcio tem se mostrado uma ótima opção, por não apresentar
taxas de juros”, afirma o gerente da Porto Seguro Consórcio, Fábio Braga.
Os valores das cartas de crédito variam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil. Com ela em
mãos, você negocia o imóvel de sua preferência e continua pagando as parcelas de
sua nova casa, agora já morando nela, sem pagar aluguel. Prepare-se, entretanto,
para esperar. Isso porque, como nos nossos velhos conhecidos consórcios de
automóveis, a carta de crédito só vai chegar às suas mãos por meio de sorteio,
por lance ou pelo pagamento do valor total.
Com a construtora
Na maioria dos casos essa transação acontece em parceria com os bancos. É o tipo
de financiamento que dá maior liberdade de negociação entre empresa e
compradora, incluindo prazos e valores. Mas os especialistas alertam: a
construtora , para fazer isso, pega emprestado o dinheiro dos bancos e a
garantia é a hipoteca. Em outras palavras, se a empresa deixar de pagar o banco,
o imóvel é hipotecado. Como a casa ou apartamento oferecido é sempre novo, sua
venda é feita quando ele ainda está no chão.
Atenção: até receber as chaves, as parcelas são menores, corrigidas pelo
INCC. Depois elas sobem e passam a ser corrigidas pelo IGPM mais 1% de juro ao
mês.
Sistema Financeiro da Habitação (SFH)
É o financiamento mais utilizado no Brasil. Se optar por ele, você pode,
inclusive, usar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da
poupança.
A negociação é feita entre quem compra e o banco, mas exige aprovação
de crédito. Além disso, o valor que o banco se propõe a financiar varia de
acordo com a renda do interessado. As taxas de juros são limitadas em, no
máximo, 12% ao ano.
Veja uma simulação
Um financiamento pelo SFH para um imóvel de R$ 100 mil fica assim:
Taxa de juros (nominal); 9,57% ao ano;
Valor do financiamento; R$ 80 mil;
Prazo de pagamento, 180 meses (15 anos); juros pagos anualmente,
R$ 638.
Parcelas
São sempre decrescentes. Assim, a primeira é de R$ 1.154,44. A 13º é de R$
1.137,62. A 73º é de R$ 1.023,83. A partir da 169º vai para
R$ 748,05 /mês.
Imobiliário (SFI)
É feito através de uma instituição financeira. No entanto, o banco exige
comprovação de renda e a prestação não deve ser maior do que 20% da renda do
comprador. O imóvel também fica alienado, ou seja, somente é passado para o seu
nome após a quitação do valor total. Por outro lado, o financiamento é possível
para imóveis novos e usados.
Para imóveis usados, o financiamento é parcial, ou seja, de 80% do valor total
Carteira Hipotecária
Na prática, é semelhante ao SFH. A única diferença está na taxa de juros que
gira em torno dos 16% ao ano. É vantajoso só para quem quer comprar um imóvel de
alto valor – pois não há limite como nas outras opções de financiamento.
Assim como no SFH, apesar de na assinatura do contrato você assumir a condição
de proprietária, o imóvel fica hipotecado ao banco como garantia do empréstimo.
Taxa de amortização
Todo financiamento de imóvel exige que o comprador (você, no caso) e a empresa
(instituição financeira ou construtora) escolham o tipo da taxa que vai
estabelecer como serão calculadas as prestações e o abatimento do saldo devedor.
A taxa de amortização mais utilizada no Brasil é o Sistema de Amortização
Constante (SAC). Depois vêm a Tabela Price e o Sistema de Amortização Crescente
(Sacre).
1. No SAC as primeiras parcelas serão sempre as mais altas e a
amortização do saldo devedor é constante. Ou seja, cada parcela que pagar vai
abater o que você deve no total. Depois de determinado período, um recálculo da
dívida é feito, considerando apenas o saldo devedor.
2. O Sacre é idêntico, mas o recálculo da dívida é sobre o valor total do
imóvel.
3. A Tabela Price é gelada, pois a correção das parcelas é calculada por
meio de juros compostos, proibidos por lei. O método obriga o pagamento dos
juros antes da quitação da dívida. Ou seja, caia fora desta. (Fonte: ABMH)
Antes de assinar o contrato, saiba que::
1. Se você vai fechar um financiamento com uma construtora,
procure visitar outros apartamentos da empresa para avaliar a qualidade da
construção, do material utilizado e do acabamento. Além disso,
as construtoras precisam anexar ao contrato um documento chamado Memorial
Descritivo. Ele informa os materiais que serão usados (áreas externa e interna).
Se houver distorções você poderá reclamar.
2. Outra dica é guardar todo e qualquer informe publicitário.
Assim, você poderá provar o que foi prometido.
3. Os bancos aceitam recursos do FGTS desde que sejam
utilizados no pagamento de parte do valor da compra, para a liquidação da dívida
do saldo devedor ou pagamento de parte do valor das prestações.
4. Para evitar dores de cabeça (e de bolso também) é importante
verificar se há algum processo contra a empresa. E pedir todas as certidões
negativas de praxe.
5. Após assinar o contrato, fique de olho nos valores do saldo
devedor (esse direito, aliás, é assegurado por lei) e quando a dívida for
quitada exija a baixa da hipoteca.
Referência:
itodas.uol.com
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