Carreira / Emprego - Menos dinheiro e poder e mais equilíbrio: é isso que executivos querem
Pesquisa realizada em junho pela empresa de gestão de capital humano Mariaca
revelou que o estilo de vida (a forma como o profissional equilibra carreira,
família e interesses) é a preocupação número um dos executivos brasileiros.
Segundo o estudo, que ouviu 250 altos executivos - gerentes seniores, diretores
e presidentes - de todo o País, entre homens e mulheres, o item estilo de vida
foi o mais votado por 45% dos entrevistados, em uma lista com dez valores.
Os valores mais votados
O poder ficou em oitavo lugar. "Percebemos que as pessoas querem, cada vez mais,
qualidade de vida. Por outro lado, como as estruturas das empresas estão menos
hierarquizadas, a busca pelo poder, tão valorizada anteriormente, já não atrai
tanto os executivos", avalia a sócia-diretora da Mariaca, Lúcia Costa.
Já a especialização técnica, que pode ser traduzida como "ser forte em uma
habilidade específica, como finanças, marketing, engenharia ou recursos
humanos", era um valor em alta na década de 90 que hoje decaiu para o último
lugar, no caso dos homens, e para o nono, entre as mulheres. Talvez a mudança
tenha como base a valorização pelas empresas das competências comportamentais,
em detrimento das técnicas, em cargos de liderança.
Dinheiro importa mais para homens do que mulheres
A riqueza, por sua vez, é o valor que mais divide os sexos. Entre os homens, 24%
colocaram a riqueza nas três primeiras colocações da escala. Já 88% das mulheres
classificam este valor nas três últimas colocações.
"Embora muitas mulheres sejam independentes financeiramente, ainda existe uma
pressão social para que os homens sejam responsáveis pela maior fatia do
orçamento doméstico. Isso acaba sendo positivo para as mulheres, que podem
buscar outros valores em suas carreiras, além da motivação financeira", afirma
Lúcia.
Quase 25% dos homens entrevistados não consideram independência e autonomia (não
ter muitas regras e restrições impostas ao executivo) valores importantes,
colocando-os nos três últimos degraus da escala e apenas 10% o incluíram nos
três primeiros. Para as mulheres, no entanto, esse é um valor importante e ficou
na quarta colocação, o que pode estar atrelado à necessidade de passar mais
tempo com os filhos.
Networking é mais importante para mais velhos
Na opinião de 30% dos executivos de 35 a 55 anos, relacionamento é um valor
importante, ficando na quarta colocação. Já para os mais jovens, este valor não
tem tanto peso: 50% deles o classificaram na oitava posição. "Percebemos que os
mais experientes valorizam o network e o cultivam ao longo da carreira, enquanto
os mais jovens, que ainda não consolidaram sua rede de relacionamentos, o
valorizam menos", diz Lúcia.
Já o valor liderança, que pode ser entendido como o aval para coordenar o
trabalho de outras pessoas e assumir a responsabilidade pelos resultados, não
ocupou posição de destaque na pesquisa. Para os executivos com salários mais
altos, acima de R$ 30 mil mensais, este é um valor menos importante, sendo
apontado em nono lugar por 40% deles. Entre os profissionais que têm renda até
R$ 15 mil, por sua vez, este valor parece importar mais, subindo para a terceira
colocação para 28% dos entrevistados.
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