Finanças pessoais - Milionário da noite para o dia? Veja o que fazer com os R$ 30 milhões da Mega-Sena
Uma cena relativamente comum no País são casas lotéricas lotadas,
especialmente quando a Mega-Sena acumula. Embolsar de uma só vez uma bolada de
R$ 30 milhões - é quase irresistível.
Afinal, quem não gostaria de se transformar em um milionário da noite para o
dia? Entretanto, em meio à tamanha euforia, muitos dos tais sortudos podem se
atolar em dívidas e ver suas fortunas reduzidas praticamente a zero.
Poucos são aqueles que optam por esbanjar menos e aplicar os milhões recebidos.
Contudo, a tarefa vale a pena, afinal, o propósito de poupar é multiplicar ainda
mais seu patrimônio e, assim, poder gastar ainda mais no futuro. Mas o que
exatamente fazer com tanto dinheiro?
Realize seus sonhos, mas sem extrapolar
O primeiro passo é reservar o quanto você pretende gastar a priori. Ninguém está
falando em se privar de realizar alguns sonhos de consumo, como casa e carros
novos. A palavra de ordem é, sim, não extrapolar. Poucos param para pensar, por
exemplo, nos enormes gastos que uma mansão incorre, como contas de água e luz,
empregados domésticos, impostos, entre outros.
Reservando R$ 3 milhões para tanto, restam ainda expressivos R$ 27 milhões para
você investir e garantir seu novo padrão de vida por muitos anos. Apenas como
exemplo, mesmo que tal montante fosse totalmente aplicado em uma poupança - um
investimento altamente seguro, mas em contrapartida um dos menos rentáveis do
mercado - , seu ganho mensal seria de nada menos que R$ 167 mil!
Diversificando seus milhões
Após realizar seus sonhos de curto prazo, é chegada a hora de definir as
estratégias de investimento, para que objetivos ainda maiores possam ser
alcançados no futuro. Para não correr riscos desmedidos e evitar prejuízos
milionários, o ideal é aplicar a maior parte da bolada em investimentos menos
agressivos, que embora apresentem taxas de rentabilidade um pouco menores, não
trazem riscos muito grandes.
Aqui - como em toda aplicação, por sinal - a palavra de ordem é diversificação.
Ao não concentrar todo o dinheiro em apenas uma categoria de investimentos,
possíveis prejuízos são significativamente minimizados. Embora não exclua
totalmente a ocorrência de perdas, investir em ativos que reagem de forma
diferente ao mesmo evento certamente reduz os riscos inerentes ao ato de
investir.
"Pé de meia" na renda fixa
E opção é o que não falta. Excluídos os R$ 3 milhões gastos, a recomendação é
que você reserve algo em torno de 70% dos R$ 27 milhões - o que daria R$ 18,9
milhões - para serem alocados de forma mais conservadora no segmento de renda
fixa, que possui diversas categorias para todos os gostos e perfis. Uma das mais
recomendadas para um milionário da Mega-Sena seria a de fundos referenciados DI,
que por ser composta de aplicações pós-fixadas, deve se beneficiar do ciclo de
aperto monetário que vive o Brasil neste momento.
Além disso, tal categoria apresenta uma boa rentabilidade aliada a baixos riscos
e, por isso, o ideal seria destiná-la cerca de 35% do total, o que daria R$ 9,45
milhões. Outra alternativa válida é o mercado imobiliário, que vem se mostrando
aquecido no Brasil nos últimos anos e que poderia lhe prover bons rendimentos
com base no pagamento de aluguéis mensais. Reservar aproximadamente 20% da
bolada para tal mercado seria uma parcela razoável.
Por fim, os outros 15% do que você destinou a investimentos em renda fixa podem
ser alocados de acordo com o seu perfil. Fundos tradicionais, compostos por
títulos pré-fixados também são interessantes, assim como os fundos multi-índices,
que, ao aplicarem nos mercados futuros de diversos índices, proporcionam
retornos atrativos.
Arriscando um pouco mais
Feito seu "pé de meia" para o futuro, arriscar um pouco também é aconselhável,
visto que aplicações mais agressivas podem ter retornos vultosos no longo prazo.
E com tantos milhões investidos em categorias mais conservadoras, você estaria
devidamente protegido quanto a eventuais prejuízos que possam vir a ocorrer e
bem posicionado para multiplicar ainda mais seu patrimônio.
Para aqueles que não estão acostumados com o mercado de ações, que não costumam
acompanhar de perto o andamento das bolsas ou mesmo para aqueles que não têm
muito apetite pelo risco, uma opção interessante são os fundos multimercados.
Mais expostos ao risco do que fundos como renda fixa e DI, tais aplicações, em
contrapartida, apresentam um potencial de ganhos maior, sem incorrer no risco de
uma exposição total em fundos de ações.
Reservar 20% de seu patrimônio a tal categoria é o ideal, enquanto que os fundos
de ações passivos podem receber 10% do montante. Mas se você se considera uma
pessoa de perfil arrojado, uma alternativa são os fundos de ações ativos, cuja
performance dependerá inteiramente de suas escolhas e que, portanto, são
recomendados apenas aqueles que possuem maior familiaridade com os mercados
financeiros.
O câmbio é outra vertente dos mercados em que seu dinheiro também pode ser
aplicado. Mas aqui, atenção à trajetória do dólar: em tempos de depreciação da
divisa norte-americana - como o atual - a alternativa não é muito indicada. Em
contrapartida, uma tendência de valorização da moeda estrangeira pode significar
um bom momento de se aplicar em fundos cambiais.
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