Carreira / Emprego - Profissional quebra-galho: até que ponto ele é valorizado nas empresas
O profissional quebra-galho é essencial nas empresas. Quando uma bomba está
prestes a estourar, imediatamente ele é lembrado. Quando alguém falta no
trabalho ou tira férias, novamente, ele está lá para cobrir a ausência. Uma
pessoa da equipe se demitiu? Por que não passar para o quebra-galho as
responsabilidades do antigo colega?
Essa disponibilidade é valorizada pela chefia, sem dúvida. Afinal, não é
qualquer um que assume responsabilidades diversas das suas, algumas vezes até
mesmo compromissos de outros departamentos. Esse intercâmbio leva o profissional
quebra-galho a ser valorizado em todas as áreas da empresa.
Quando começa o problema
Entretanto, essa atitude pode ser um problema quando o profissional deixa de
lado suas atribuições. Ele faz muito, mas o essencial, aquilo que de fato é
esperado dele - e que entra na avaliação de desempenho - ele não faz direito,
porque existe um fator essencial envolvido: tempo. Como ninguém pode fazer
mágica, o ato de assumir muitas responsabilidades faz com que, no fim das
contas, nada seja feito direito.
"Ao fazer muitas coisas ao mesmo tempo, tendo, portanto, diversos focos, o
profissional não supera suas expectativas nem mostra evolução no dia-a-dia. Isso
sem falar que ele deixa de mostrar seu trabalho. Muitas vezes, as atividades do
quebra-galho não são desenvolver todo um projeto, mas fazer coisas pequenas,
operacionais, que acabam tomando todo o dia", analisa a consultora da Catho,
Glaucia Santos.
O ideal
Hoje as empresas valorizam cada vez mais o profissional especialista. É aquele
que não faz de tudo um pouco, mas desenvolve suas próprias responsabilidades
muito bem, geralmente sendo o melhor da empresa no que faz.
No entanto, para a consultora da Catho, o ideal é que o profissional encontre um
meio termo. Isso significa que ele deve estar focado em suas atribuições, mas,
antenado nas atividades desenvolvidas por seus colegas, ajudando quando é
possível e quando sobra tempo. "O profissional especialista em demasia perde
comunicação com outras áreas da empresa, e seu departamento corre o risco de não
crescer".
Como lidar com seu chefe?
Não raro, o profissional quebra-galho se perde, mas não por culpa dele. O
próprio gestor não resiste à tentação de passar muitas tarefas a ele, porque já
se acostumou. Cabe ao quebra-galho impor limites e fugir do estereótipo
"bonzinho".
"Dizer não é possível, muitas vezes necessário. Porém, é importante justificar
por que não irá realizar a atividade que o gestor pede, sem ser arrogante e
inflexível e mostrando que quer aprender. A prioridade sempre deve ser as
responsabilidades de seu cargo. Não se deve colocar no meio outras atividades, a
não ser que a gerência ou diretoria diga que é prioritária", recomenda a
consultora da Catho.
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