Filhos - Educação financeira: aprendizado deve vir "do berço"
Você vê o dinheiro como aliado ou vilão? A resposta a esta pergunta pode definir
a maneira como você vai passar a educação financeira aos seus filhos.
Pesquisa norte-americana mostra que, quando o assunto é dinheiro e investimento,
a maioria dos adultos de hoje afirma que, grande parte de seu conhecimento e
opinião sobre o tema vem da infância, da influência dos pais e das lembranças
das conversas sobre dinheiro em casa.
E você, o que quer que seus filhos aprendam sobre dinheiro?
Definindo metas
De acordo com a especialista em Educação Financeira, Cássia D´Aquino, não existe
um caminho certo a tomar ou a forma correta de ensinar, o que existe são
objetivos.
"O fundamental é definir uma meta e, a partir dali, começar. 'Que futuro eu
quero para meu filho?' Essa é a pergunta que os pais devem responder, para saber
o que devem ensinar".
De olho no futuro
De acordo com enquete do portal Educação Financeira
(www.educacaofinanceira.com.br), da especialista no assunto, quando se trata de
aprendizado sobre dinheiro, a maior parte dos pais (34%) afirma que é importante
que os filhos saibam "poupar para o futuro".
O resultado vai ao encontro do levantamento norte-americano, feito pela
Universidade de Iowa, no qual a maioria dos respondentes afirmou que, quando
crianças, costumavam ouvir seus pais falando sobre como controlar os gastos e da
importância de poupar para o futuro.
Mas, como falar de futuro com uma criança? Segundo Cássia, é importante deixar
claro que o futuro, para a criança, raramente vai além de uma semana ou um mês.
"O ideal é que os pais trabalhem o conceito de futuro dentro da realidade da
criança".
Por exemplo: se a criança pede um presente hoje, diga que ela terá de esperar
dois dias para ter o presente e mostre, em um calendário, quanto tempo falta
para estes dois dias. Faça com que ela acompanhe. "Essa maneira de conter o
imediatismo é uma ótima forma de ensinar a poupar e de falar sobre a importância
do dinheiro e do tempo".
A tabela abaixo mostra o resultado completo da enquete:
O que você acha
mais importante que seus filhos aprendam sobre dinheiro? |
A não serem escravos do dinheiro, já que o dinheiro é
que deve ser escravo da gente |
28% |
A poupar para o futuro |
34% |
A tornarem-se megainvestidores |
10% |
Qua saibam aproveitar cada centavo, gastando com prazer |
28% |
Fonte: Portal Educação Financeira (www.educacaofinanceira.com.br)
Quando começar?
Segundo a especialista, não existe uma idade certa. A própria criança indica
quando é este momento no primeiro "compra isto". "E este momento vem acontecendo
cada vez mais precocemente, aos 2 ou 2 anos e meio", disse.
No entanto, se não tem um tempo certo para começar, o processo de aprendizado
demanda um período bem longo, de acordo com Cássia: 20 anos. "Não adianta os
pais decidirem educar os filhos financeiramente em uma semana ou no mês de
férias. Esse é um processo longo, que depende de ensinamentos e, principalmente,
coerência".
De pai para filho
"As crianças mais observam do que escutam", afirma Cássia. Ou seja, segundo ela,
não adianta traçar todo o objetivo e imaginar o futuro para os filhos se, na
hora de agir, os pais são completamente contraditórios e incoerentes.
"Reclamar o tempo todo de dinheiro ou do trabalho, por exemplo, pode fazer com
que a criança associe o assunto a coisas ruins", explica a especialista. "Além
disso, sentimentos que indiquem ambição, frustração ou inveja com relação ao
dinheiro também podem motivar uma associação negativa na cabeça das crianças",
completa.
Para Cássia, uma forma de ter um bom resultado no processo de educação
financeira dos filhos é focar, e também seguir, quatro pontos principais:
- Como ganhar dinheiro
- Como poupar
- Como gastar
- A importância de doar. "Neste caso, não só dinheiro, mas também tempo e
talento, que são fundamentais", finaliza.
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