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Carro / Veículo - Tuning: hobby caro pode desvalorizar veículo 

Data: 10/06/2008

 
 

Mais vale um gosto do que dinheiro no bolso. O velho ditado parece se aplicar à prática do tuning, ou seja, a personalização de automóveis, já que o dinheiro investido com acessórios para o hobby dificilmente é recuperado. "Por ser uma coisa muito pessoal, o dinheiro gasto dificilmente volta ao dono, quando ele decide vender o carro. É muito difícil encontrar alguém que goste das mesmas coisas e aceite pagar R$ 50 mil em um carro que vale R$ 25 mil, mas que tem mais R$ 25 mil em acessórios", afirma o editor-chefe da revista CarStereo, Ademir Pernias.

"Como a prática se popularizou, é considerada tuning qualquer modificação no veículo, e algumas dessas alterações, que valorizam o carro, podem, sim, ser incluídas no valor de venda do automóvel. É o caso das rodas, dos bancos de couro, dos sistemas de som e chips que aumentam a potência do motor. Mas mudanças na pintura, volantes coloridos e suspensão mexida, muito usadas nessa prática, chegam até a desvalorizar o carro", garante.

No entanto, Pernias conta que são poucas as pessoas que gostam de mudar o veículo e o colocam à venda. "Proprietários constroem carreira no tuning. Eles personalizam o veículo porque gostam e muitos participam de concursos e ganham prêmios com suas criações. Tem gente que chega a alugar seus carros para ficarem expostos em eventos automotivos. Essas pessoas querem sempre melhorar o carro dentro do seu ponto de vista e não fazer dinheiro vendendo ele".

Hobby pesa no bolso
Personalizar um carro pode ser bastante caro. "Um bom jogo de rodas chega a custar R$ 15 mil e um kit multimídia, com som e DVD, por exemplo, também não sai muito menos do que isso. Portanto, dependendo das alterações que você deseja fazer, a brincadeira pode sair bem cara", afirma.

O editor garante ainda que, para os tuneiros, sempre há algo que pode ser melhorado. "É como na moda, por mais que você tenha roupas suficientes, em cada estação, são lançadas coisas novas que você quer ter. E a indústria de equipamentos para carros é muito grande e cria desejos de consumo nas pessoas. Por mais que o veículo tenha um ótimo volante, se uma empresa cria um novo, mais bonito, com um material que proporciona uma nova sensação ao dirigir, você acaba querendo trocar o seu, é óbvio".

A prática, que começou a crescer no Brasil depois que o filme "Velozes e Furiosos" foi exibido no País, atinge pessoas de todas as idades, sexo e poder aquisitivo. "Os tuneiros são jovens, velhos, mulheres e homens, sem discriminação. É um hobby que junta quem gosta de carros. E mesmo quem não tem muito dinheiro pode participar. Apesar de alguns equipamentos serem muito caros, também existem alguns mais em conta. Sem falar que hoje a tunagem é feita em qualquer tipo de automóvel", conta.

Perneias explica que, antes, a prática era mais aplicada em carros grandes e antigos, como Cadillacs, mas hoje isso mudou. "Inspiradas pelo filme, as pessoas começaram tunando os carrões antigos, que eram bastante caros. Hoje, nos encontros de tuning, vemos desde carros caros até mais baratos, como Chevette e Fusca".



 
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